Avaliação

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REGULUS

James e eu passamos boa parte da noite acordados, conversando, rindo, e fazendo outras coisas que não foram conversar e rir. Acordamos perto das nove da manhã, e James viu o que uma noite mal dormida faz comigo, fico calado, emburrado e preciso de café antes de abrir a boca.

— Café colombiano pra você — ele diz me entregando uma caneca cheia.

— Qual a diferença do café inglês pro colombiano? — eu pergunto, minha voz rouca e seca depois de horas sem usá-la.

— Um é bom, o outro é péssimo.

— Como você não especificou, me sinto no direito de escolher qual prefiro.

— O meu — James responde por mim.

Eu mostro a língua para ele, mas não posso negar que o café dele tem algo de diferente. James deita na cama, virado para cima, mas o rosto está na minha direção. Os óculos dele estão tortos no rosto, o cabelo está uma bagunça cacheada e ele tem a expressão cansada.

— Tudo bem?

James boceja enquanto acena com a cabeça. Mesmo dormindo bem, eu me sinto cansado na mesma intensidade que James.

— Podemos voltar a dormir?

Ele me olha com os olhos cerrados, e é adorável ver as nuances de seus humores. Consigo ver suas tatuagens agora, ele está sem camisa e com uma calça de moletom preta, eu babaria se não estivesse tão concentrado na presença dele.

A libélula no abdômen, o desenho de uma casinha com uma árvore nas costelas, que sei que foi Harry quem fez. Há também a pata de um cachorro ao lado de outra pata, parece ser de um gato, embora eu não consiga reconhecer com certeza. Sei que nas costas dele há um desenho de um dragão, que em seus tornozelos existem marcas de datas de nascimento, James me contou que são as datas dos aniversários de Lily e Harry, ele também me disse que a tatuagem de bússola foi um erro que ele gostaria de ter evitado, mesmo com todos os avisos.

— Você tá me olhando — ele diz.

— É o que pessoas com olhos fazem.

— Você tá me olhando que nem louco.

Eu pego o travesseiro ao meu lado e jogo no rosto dele.

— A culpa é sua que é tão bonito.

— Ficou encantado?

— Excitado seria uma palavra melhor — eu falo, apontando para o meio das minhas pernas, estou com uma camisa de James, que fica enorme em mim, e cueca, então, se estivesse mesmo excitado, James conseguiria ver.

— Você só está aqui por causa do sexo — James diz, forçando raiva na voz.

— Exatamente! Quem diria que você é bom de transa?

— Você diria. — Ele sorri para mim. — Você disse. Várias vezes ontem. E, se minha memória não falha, você gritou algumas vezes também.

— Galinha — eu o xingo.

Puta — James diz em espanhol. Eu não sei exatamente o que significa, mas pelo olhar dele, eu deveria me sentir ofendido. Ou lisonjeado.

— Bem — eu começo a falar, me levantando da cama e recebendo um olhar confuso do outro —, como eu só queria sexo, acho que já posso ir embora...

— Ah, mas nem pensar — James diz correndo atrás de mim e me agarrando pela cintura. Ele me puxa de volta para a cama e me deita de modo a me deixar preso no colchão, o corpo dele fazendo peso sobre mim para me impedir de sair. Ele me beija. — Se você só queria sexo, então tenho que ter certeza de que saiu daqui satisfeito. Como você avaliaria meu desempenho? Bom? Razoável? Promissor? Ruim?

Too SweetOnde histórias criam vida. Descubra agora