Capítulo 4 - Algo está errado

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[...]

Os meses se passaram e o restaurante de Ongsa estava ganhando notoriedade na cena gastronômica de Bangkok, o que chocou todas as mídias que esperavam ser uma catástrofe e o primeiro erro da renomada investidora e empresária. Como a Sun disse, ela iria resolver a situação. E com as reportagens negativas e a fama da Sun na área de empreendimento fizeram com que o restaurante da Ongsa se tornasse um ponto de curiosidade, atraindo diversos clientes para conhecer esse local que a empresária Sun fez tanta questão de investir. Com o aumento de recursos feitos pela Sun e o talento culinário de Ongsa, o negócio ganhava notoriedade e lucros de uma maneira que a dona do restaurante jamais imaginou. Clientes ansiosos enchiam o lugar, atraídos pelos pratos inovadores e deliciosos, e as críticas positivas só aumentavam.

Com isso, Sun e Ongsa trabalhavam juntas cada vez mais, o que se tornou uma rotina se verem praticamente todos os dias, já que a Sun levava muito a sério seus investimentos e queria ver a alegria da sua Ongsa cara a cara, o que fazia com que a intimidade entre elas crescesse cada vez mais.

[...]

- Amor, estou tão feliz que nosso restaurante está crescendo cada vez mais. Eu disse para você que poderíamos confiar na Sun. - Ton comenta para Ongsa após abrir a porta de casa depois de mais um dia longo e agitado no restaurante.

- Fico feliz que acertamos nessa. Acho que errei demais desconfiando da Sun. Mas era meu sonho em jogo, obviamente eu ficaria na defensiva. - Ongsa responde tirando os sapatos e se jogando no sofá totalmente cansada do trabalho.

- Que bom que deu tudo certo.... - Ton fala se aproximando da Ongsa, sentando no seu colo e dando beijos lentos no pescoço da mesma. - Poderíamos comemorar de uma forma diferente hoje, que tal? - Ele continua dando vários beijos na sua esposa e falando de maneira sensual.

- Ton... eu... não... - Ongsa não consegue terminar de responder após ser tomada por um beijo em sua boca pelo seu marido, o qual ela tenta afastar, mas sem sucesso.

- Qual é, amor? Faz tempo que não temos um momento nosso... eu sinto sua falta, todo dia só falamos de trabalho, vamos relaxar um pouco. - Ton comenta e já retira a sua camisa, expondo seu peitoral para sua esposa. Ongsa sabia que não queria. Na verdade, durante esses meses, os momentos românticos entre ela e o seu marido diminuíram com a quantidade de demanda no restaurante.

- Eu... eu vou pegar um vinho lá na cozinha. - Ongsa diz se afastando de Ton e ele assente e senta no sofá esperando por sua esposa. Enquanto ela está na cozinha, o celular da Ongsa toca, ela grita para ele atender enquanto servia o vinho. Ton olha para o celular e era a Sun.

"O que a Sun quer uma hora dessa?" - Ton pensa sozinho e pega o celular e atende em confusão.

- Ongsa?

- Oi, Sun. É o Ton. Minha esposa está na cozinha ocupada. Aconteceu alguma coisa? - "Esposa". Essa palavra toda vez que era proferida dava uma pontada de ciúmes no coração da empresária, mas ela tentou manter a compostura.

- Eu achei que tinha ligado para o celular da Ongsa. - Sun diz de forma grotesca, mas Ton não entendeu dessa forma.

- Não, não. É o celular dela. Ela que pediu para atender. É algo urgente? Porque eu queria dar uma pausa no trabalho, sabe? Curtir um pouco a minha mulher, se é que você me entende. - um silêncio reina após esse comentário e Ton tenta melhorar o clima entre ele a sua sócia. - Com certeza você deve ter um namorado, né? Você é muito bonita, deveríamos marcar um encontro de casal um dia para nos conhecermos melhor... o que acha?

- Posso falar com a Ongsa? - É tudo que a Sun responde, deixando o Ton totalmente sem graça.

- Nossa, desculpa, vou passar para ela... um segundo. - Ton vai até a cozinha e avisa que é a Sun, fazendo uma cara de chateado, já que passaram o dia todo juntos no restaurante, o que tivesse que ser resolvido, ela poderia ter dito lá. Ongsa deixa as taças na pia e pega o celular rapidamente.

- Sun, aconteceu alguma coisa? - Diz Ongsa preocupada. Já era quase meia-noite, ela nunca tinha ligado essa hora.

- Primeiro, peça para seu marido não perguntar sobre minha vida pessoal. Segundo, eu preciso que você venha aqui em casa... Estava fazendo o balanço financeiro do restaurante...e apesar dos lucros serem bons, as contas não estão batendo. Preciso de sua ajuda. Você pode vir aqui agora?

- Agora??? Mas... - Ongsa tenta rebater, mas sem sucesso, a Sun é uma pessoa bastante persuasiva.

- O restaurante é seu sonho, não é? Você nao quer que algo de errado aconteça com ele. - O coração da Ognsa bate forte de preocupação. Aquele restaurante é a coisa mais importante que ela tem na vida dela... além do... Ton? Será que ela ainda amava o seu marido? Quer dizer, ela o amava, mas percebia que ultimamente não sentia mais nenhuma atração física por ele. O que estava acontecendo.

- Estarei aí em alguns minutos, me mande a....- Sun interrompe novamente.

- Vou mandar a localização no chat. Me avise quando estiver perto para eu abrir o portão. - Sun responde e desliga logo em seguida.

- "Estarei aí em alguns minutos?" Ongsa, eu sei que você ama esse restaurante, mas não vou deixar você sair de casa uma hora dessa para trabalhar...

- Ton, e desde quando você manda em mim e fala dessa forma comigo? E aparentemente tem algo errado com o financeiro do restaurante, preciso saber de tudo o que está acontecendo. - De repente, Ton fica um pouco nervoso quando ouve a última frase saindo da boca de sua esposa.

- Errado? Mas eu que fico no caixa, o que poderia ter de errado? - Ele pega um dos copos de vinho já servidos e toma um gole. - Quer que eu vá com você?

- Não precisa, inclusive, eu acho que a Sun ficou chateada com você sobre algo que você comentou sobre a vida pessoal dela, acho que ficaria um clima estranho. - Ela diz e vai em direção às escadas se afastando dele. - Vou tomar um banho e trocar de roupa. Assim que eu resolver, te conto todos os detalhes, ok? - Ton se mantém em silêncio, com um leve nervosismo estampado em seu rosto e assente para Ongsa.

- Me mande mensagem durante a reunião. Me conte todos os detalhes. - Ele diz enquanto pega a garrafa de vinho, já pela metade, junto com a taça que já estava tomando e vai para o escritório da sua residência.

[...]

O sabor proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora