Capítulo 7 - O sabor proibido

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Ongsa quase não conseguiu dormir o resto da noite ao chegar em casa. Seus pensamentos estavam todos voltados ao rosto confuso e sonolento da Sun ao acordar assustada após cair no sono de tanto procurar o motivo do dinheiro do restaurante estava sumindo. E, com toda certeza do mundo, isso preocupava a Ongsa também. Ela confiava tão cegamente no Ton que nunca questionou muitas coisas que aconteciam no estabelecimento deles. Claro que ele não faria isso... estaria prejudicando tanto ela quanto ele, além disso, seu marido sempre a apoiou na abertura do "Sabor do Oriente", ele foi a primeira pessoa a apoiá-la, e, sem hesitar, largou seu emprego estável e bem remunerado no escritório de advocacia para embarcar nessa jornada ao seu lado. Ele a amava profundamente, e isso nunca fora motivo de dúvida para Ongsa.

Mas naquela noite, enquanto saía do banheiro em direção à cama, uma sombra de incerteza passou por sua mente. "Amava, não é mesmo?", ela se perguntou, como se a palavra estivesse impregnada de um passado distante. A distância recente de Ton a deixava inquieta. Desde que ele descobriu sobre o desvio de dinheiro naquela noite, tornou-se outro homem. Ele se isolou em seu escritório e, desde que voltou da casa de Sun, não saía de lá. Ongsa optou por não incomodá-lo, acreditando que ele também estivesse perturbado e tentando descobrir o que estava acontecendo. No fundo, ela esperava que ele estivesse buscando uma solução, mas a dúvida corroía sua mente.

As horas se arrastaram, e Ongsa desistiu de tentar dormir. A acusação de que seu marido, o homem que largou tudo por ela, pudesse estar envolvido no prejuízo de seu sonho, era algo que não conseguia tirar da cabeça. Sun estaria realmente certa? Mas admitir isso seria como abrir uma ferida ainda maior, especialmente considerando que Sun sempre deixou claro seus sentimentos por ela. "Gostar"... uma palavra tão simples, mas que mexia tanto com Ongsa. Ela se virou na cama, sentindo o vazio ao seu lado, tanto físico quanto emocional. Precisava conversar com Ton no dia seguinte, mas o que ele diria? E, mais importante, o que ela descobriria? A incerteza pesava, e Ongsa sabia que seu mundo poderia mudar drasticamente a partir daquele encontro.

As horas se passaram, Ongsa desiste de dormir, ela não consegue tirar da mente as acusações que seu melhor amigo e esposo poderia estar envolvido nesse prejuízo do empreendimento deles. Sun estaria realmente certa? Mas ela tinha medo da empreendedora pensar nisso por deixar claro sempre que gostava da dona do restaurante.

*FLASHBACK ON*

- Eu ouvi a conversa entre você e sua amiga. Sobre o 'interesse pela dona'. O que isso quer dizer?

- Oh, isso? Foi apenas uma brincadeira entre amigas, nada mais. - Sun soltou uma risadinha, parecendo surpresa pela franqueza de Ongsa.

- Mas e quanto à sua proposta de investimento? Você realmente está interessada no restaurante ou em mim? - Ongsa não ficou convencida.

Sun inclinou a cabeça, estudando Ongsa com um olhar penetrante.

- Por que não os dois? - A resposta de Sun deixou Ongsa ainda mais confusa. Ela sentiu seu coração acelerar enquanto tentava decifrar as intenções por trás das palavras da empresária.

- Eu não entendo - murmurou Ongsa, sua voz quase um sussurro. - Por que você está fazendo isso?

Sun deu de ombros, um sorriso enigmático brincando em seus lábios.

- Talvez eu goste de um pouco de mistério. E talvez eu goste de você, Ongsa... ou do restaurante.

*FLASHBACK OFF*

Ongsa tenta afastar esses pensamentos da sua cabeça. Desde quando Sun entrou em sua vida, parecia que tudo tinha virado de cabeça para baixo. Sun a fez duvidar se amava seu marido, aquele que dedicava toda sua vida por ela. Pelo menos é o que ela pensava e via todos os dias. Ela estava sendo enganada? A sócia da Ongsa fez com que ela começasse a ver sua vida bem diferente do que era, uma nova perspectiva. Seu casamento e amor por Ton eram verdadeiros? Mas até alguns dias atrás tudo estava perfeito, o que teria mudado? Ainda sozinha no quarto, ela decide levantar para tomar um café e tentar acordar, já que em menos de duas horas deveria sair para seu restaurante.

O sabor proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora