Capítulo 4 - Encontros e Desencontros

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Freen Sarocha Point of View: 

Olhos castanhos que conseguiam enxergar minha alma. Mãos que tomavam posse da minha cintura. Era como se já soubesse de todos os meus segredos. Perdição. Seus lábios tinham gosto de paraíso, então como eu poderia fugir? Só um toque era suficiente para deixar meu corpo em chamas. O que ela tinha? Qual magia usava para me tirar todos os sentidos?

Queria conseguir desvendar cada pedaço da cantora, mesmo sabendo que aquilo não passava de imaginação. Ela era energia pura e nem isso parecia o suficiente para definir tudo o que sua presença causava. Não era preciso muito para compreender os becos onde minha mente tinha se aventurado. A verdade era que se eu fechasse meus olhos por alguns segundos, eu ainda conseguiria sentir seu sabor ecoando em minha língua.

Becca Armstrong era a única coisa em minha mente. E a pergunta que roubava o meu foco cada segundo do dia era como ela tinha conseguido? O motivo para ela ter entrado em meus pensamentos ainda era desconhecido. Não que ela fosse algo ruim de se admirar ou que fosse desconfortável ter sua imagem na minha mente, mas não ter uma razão deixava tudo... estranho.

Mais um banho frio. Mais uma manhã onde eu tentava me convencer que meus hormônios não iriam me matar.

Meus olhos correm pela sala espaçosa em busca da minha bolsa, são alguns segundos até me dar conta de que ela já estava em minhas mãos. Eu iria ficar maluca, isso se ainda não estivesse. Sair de casa e esvaziar a mente era exatamente o que eu precisava.

Já faz algum tempo que não saio com minha irmã, trocamos algumas mensagens ocasionalmente, porém há alguns meses que não saímos para conversar. Não havia algo que sempre fazíamos juntas ou uma coisa para chamar de "nossa", então os encontros em cafés eram a maneira de dizermos que ainda nos importávamos. Além disso, Sam era a única pessoa capaz de me ajudar a tirar aquela mulher da cabeça.

Assim que o ar da manhã atingiu meu rosto, pude perceber que o dia estava frio demais para uma caminhada. Aquela era uma das minhas poucas desculpas para usar o carro importado que ocupava a garagem, então dou partida e vou em busca de pelo menos um dia de paz. Sem trabalhos e sem... sem Rebecca Armstrong.

Não demorou para achar o local que tinha marcado com minha irmã. A cafeteria estava um pouco afastada do centro comercial, mas uma pequena placa escrito "Glicine" indicava que estava no ambiente correto. Meus olhos procuravam por minha irmã em cada uma das mesas, mas não havia nem sinal da mais nova. O que sinceramente não deveria me surpreender tanto, ela sempre se atrasava e eu insistia em ser pontual.

Estava indo até a parte interna da cafeteria quando senti meu corpo inteiro se arrepiar. Sonhos e alucinações. Ótimo. A voz soava um pouco mais leve do que eu me lembrava, mas não havia dúvidas que a pessoa que chamava meu nome era ela.

"Freen!" Becky chamou uma segunda vez quando não me movi, agora ela acenava e tinha um sorriso enfeitando seu rosto, e que droga de sorriso.

"Hey Rebeca..." me aproximo com cautela. "O que faz aqui? E onde estão seus fãs?" Digo rindo, tentando não encarar a garota ou pelo menos não deixar meus pensamentos tomarem um rumo equivocado.

"Consigo fugir quando não estou em lugares muito movimentados. Senta, o que faz aqui? Não achei que gostasse de ambientes como esse..." A cantora fala de forma gentil, batendo a palma da mão no lugar ao seu lado.

"Na verdade eu estou esperando minha irmã, combinei de a encontrar aqui já que minha cliente desmarcou..." Falo com um tom de brincadeira, mas sem conseguir mover nem um músculo.

"Desculpe por isso, precisei exigir um pouco mais de tempo." Um olhar culpado passou por seu rosto, mas não durou muito tempo. Ela não precisava se desculpar, eu entendia que a agenda de celebridades poderiam facilmente se tornar uma bagunça. "Mas enquanto sua irmã não chega você pode se sentar, certo? Só enquanto espera."

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