Capítulo 8 - Controle

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Freen Sarocha Point of View:

Era impossível organizar meus pensamentos. Tinha perguntas demais e nenhuma resposta. Como infernos Sam estava namorando a irmã da Rebecca? Elas planejaram a forma que aquele jantar aconteceria? Estavam alheias ao que acontecia? Sabiam das circunstâncias? A cada novo segundo, uma nova dúvida surgia. Minha única opção era encarar aquilo de frente, não podia simplesmente fugir. Por mais que eu quisesse.

Respirei fundo.

Contei os seis passos necessários para cobrir a distância do hall de entrada.

Virei meu corpo para a esquerda, lutando contra todos os meus instintos defensivos.

Coloquei um sorriso educado no rosto.

Dei os passos necessários para chegar na sala.

Quando estamos em pânico a tendência é que tudo se torne uma bagunça fora de foco, não conseguimos ver nada além do medo e tudo o que é claro se torna completamente obscuro. Não perdemos o controle, mas sim a noção de que é necessário lutar contra o caos. Perdemos a nossa mente antes de perder as ações e reações do nosso corpo.

Caminhar se tornou meu escape quando ainda era bem nova.

Naquela época eu não compreendia o quão importante era domar meus pensamentos e demônios, então confiava na minha capacidade de dominar por completo o meu corpo. Quando corro a única coisa que importa é colocar um pé na frente do outro, é a forma mais eficaz de reconquistar o controle sobre mim mesma.

Agora eu estava em um apartamento fechado com uma garota que tinha balançado toda minha noção do que era autocontrole. Becca tinha destruído minha mente em apenas uma semana. Sobreviver iria exigir exatamente aquilo que ela me tirava, então era inevitável não pensar naquilo como uma corrida: um passo de cada vez.

Não podia considerar todas as consequências. Mas não podia agir por impulso

Não podia calcular minhas palavras. Mas não podia dizer coisas sem pensar.

Não podia focar no amanhã. Mas não podia esquecer que ele chegaria.

Uma etapa de cada vez. Ou surtaria antes do fim daquele jantar.

"Sam..." Limpo a garganta, deixando minha voz o mais tranquila possível. "Você já foi mais educada com as visitas." Um sorriso, dando enfoque que aquilo era uma brincadeira. "O que vão querer beber?"

O casal tinha se aconchegado no canto do sofá e parecia inerte dentro do próprio mundo, mas minha fala foi o suficiente para puxar minha irmã de volta para a órbita correta. O pânico em seus olhos serviu como confirmação que ela também não tinha ideia que sua cunhada era Rebecca Armstrong.

Ótimo, aquela noite estava fadada ao fracasso.

"Uh, o que vai querer tee-rak?" Sam questionou com uma voz manhosa, mais focada no carinho que recebia do que na pergunta que fez. "Freen deve ter whisky..."

Como se ela mesma não tivesse feito questão de checar o bar do apartamento.

"Khun Sam!" A resposta de Mon rendeu uma gargalhada sincera da minha irmã, o que fez a garota cobrir o rosto quase imediatamente.

Ao meu lado, sentada de frente para o casal, Becky revirou os olhos como se soubesse exatamente o motivo daquela reação.

"Água, para as duas." A cantora brincou e logo se levantou. "Vinho está bom para vocês?" As duas afirmaram com a cabeça. "Eu te ajudo a arrumar tudo."

Queria dizer que não precisava, que ela podia apenas esperar. Mas nenhuma palavra saiu por meus lábios. Quando percebi, a morena já estava perto demais e meus pensamentos já não eram meus.

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⏰ Última atualização: Jul 16 ⏰

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