abril

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Já era dia 10 de abril, Davi tinha acabado de voltar da escola e foi direto para seu quarto para trocar de roupa e sair novamente já que iria sair pra comprar chocolates com sua tia.

Ele vestiu sua roupa favorita e desceu as escadas correndo, parando no fim dela pra recuperar o fôlego. Sua tia Madalena estava na sala de estar conversando com o pai do garoto, seu irmão.

– Está pronto meu bem?

– Ahã! Vamos!

A moça se levantou do sofá caro e saiu de casa com o garoto de cabelos tingidos, os dois conversaram durante todo o caminho até o shopping.

– Bruno, é? Parece um amor.

– É, tia! Ele.. - Davi foi interrompido por sua própria tosse - Ele é muito legal!

– Doente de novo, benzinho? Já disse pro seu pai que isso não é normal..

A conversa continuou normalmente até Madalena estacionar seu carro azul e sair junto com Davi, os dois foram direto pra uma loja de chocolates famosa no shopping. Os preços eram absurdos e o limite do cartão de Madalena também.

– Pode pegar o que quiser viu benzinho? É presente de páscoa. - A mulher disse enquanto escolhia um ovo de chocolate para presentear alguém - Pega alguma coisa pro seu amiguinho também.

Davi saiu andando animado por toda a loja, enchendo uma cesta com chocolates que ele sabia que não iria comer, seu estômago parecia ser do tamanho de uma uva. Ele pegou chocolates em formatos variados, corações, coelhos, estrelas, além disso cada chocolate tinha algo de diferente, um tinha recheio de morango, outro tinha amendoim e o favorito de Davi era meio amargo.

Depois de uma tarde inteira no shopping, o menino voltou dormindo no carro de sua tia, encostado em uma saca enorme cheia de chocolates dos mais variados tipos. No dia seguinte ele perdeu algumas horas separando quais chocolates ficariam pra ele e quais ficariam com Bruno, e no final ele ficou com 2 barras de chocolate que durariam um mês inteiro e todo o resto seria para seu amigo.

A gripe do garoto tinha piorado de um dia pro outro e ele não estava em condições de sair de casa, então ele chamou Bruno para ir até ele pra receber uma surpresa. Ele chegou em menos de 1 hora e subiu as escadas até o quarto de Davi correndo, quase tropeçando e caindo. Ele estava usando uma máscara pra não contrair a gripe do amigo.

– Oi Davi! - Ele berrou - Tá doente de novo?

Davi confirmou com a cabeça e Bruno se sentou na borda da cama, vendo a sacola enorme entre eles.

– UAU, É PRA MIM?!

– É sim! Acabei comprando demais ontem, mas eu não ia comer tudo isso.

Bruno abriu um sorriso de orelha a orelha e colocou a sacola no chão, ao lado de sua mochila.

– Ai cara, eu te amo. Se você não estivesse doente eu te dava um abraço.

Bruno disse, ainda sorrindo e Davi sorriu de volta, ele achava fofo ver seu amigo feliz assim. Os dois ficaram o resto do dia conversando, mas Davi acabou caindo no sono por causa do remédio que tomou para sua gripe, quando ele acordou, já era de madrugada, ele estava deitado na cama e coberto, Bruno tinha sumido e ele estava abraçando um coelho branco de pelúcia.

– Ué..

O garoto se sentou na cama, bocejou e esfregou os olhos. Ele sentiu seu celular vibrar embaixo de si e o pegou, tinha MUITAS notificações de diversos aplicativos, mas a primeira coisa que ele viu foram as mensagens de Bruno.

"Você dormiu então eu voltei pra casa, deixei um presente pra você também."
"Vê se melhora logo🐰🤍"

Dessa vez foi Davi que abriu um sorriso enorme, ele abraçou o bicho de pelúcia e se deitou na cama outra vez para dormir, amanhã era domingo e sua família faria um churrasco, talvez seu pai deixasse ele chamar Bruno.

No dia seguinte Davi acordou antes que seu despertador sentindo uma dor forte no peito, mas passou depois de algumas horas enquanto ele se arrumava e comia algo. Depois de se arrumar e ver quem alguns parentes já estavam chegando para o churrasco, Davi foi correndo até o escritório de seu pai e abriu a porta.

– Paiê! Posso chamar o Bruno? A tia Madalena quer conhecer ele!

– Pode, pode. - O homem respondeu enquanto falava ao telefone - Não, não era com você.

O garoto saiu todo feliz e pegou seu celular pra chamar seu amigo, ele gostava de ter Bruno por perto, ele era mais legal que as pessoas de sua escola e da sua rua. Bruno se interessava pelas mesmas coisas que ele e era gentil o tempo todo, mas isso era só com Davi mesmo.

Em menos de 1 hora Bruno chegou na casa, vestindo um calção de banho e uma regata branca, Davi já estava o esperando na porta da frente e saiu correndo na direção do garoto quando o viu se aproximar da casa, o abraçando.

Bruno quase caiu e o abraçou de volta, rindo.

– Demorei?

– Que nada! Só chegaram umas 4 pessoas até agora, meu tio começou a fazer o churrasco faz pouco tempo!

Davi começou a falar enquanto andava com Bruno para dentro da casa, ele gastou todo seu fôlego correndo até Bruno e ficou ofegante por uns minutinhos.

Depois de mais 2 horas, a tia de Davi, Madalena, chegou na casa com seu filho pequeno no colo, ela amou Bruno e ficou mais tempo conversando com ele do que Davi, que estava alternando entre a piscina e as cadeiras onde todos estavam já que se cansava rápido. O churrasco durou até a noite, Bruno acabou sendo obrigado a dormir lá, não que ele não quisesse, só tinha vergonha de pedir.

Dormir com Bruno foi divertido, os dois ficaram horas conversando, Davi deitado na cama e Bruno na cama auxiliar logo abaixo, os dois passaram horas conversando no quarto escuro com apenas as luzes fracas de algumas estrelas fluorescentes coladas no teto a anos.







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