CHIFRES DO TORMENTO

Rumo ao desconhecido

Ao nascer do sol, sua luz refletia na pilha de lixos que se alastava em todos os cantos daquele lugar, os pássaros cantavam e as pessoas se apressavam para trabalhar. E em meio a esse lixão um grupo de jovens se preparavam para sair daquele local, os acontecimentos passados permitiu que os mesmos não pudessem continuar naquele lugar.

Dashiell e seus amigos arrumavam as malas, pegando todos os mantimentos que precisavam, algumas comidas e água que eles tinham e remédios que já estavam quase acabando mas ainda podia se usar, além de pegaram gases e ataduras. Olharam para a oficina "abandonada" com olhos cheios de saudades. "Vamos?" Perguntava Clarke. "Preciso fazer algo antes" Respondeu Dashiell.

O mesmo se retirou do local indo para uma casa de madeira caindo aos pedaços. O rapaz encarava a porta com angústia, o mesmo respirou e inspirou várias vezes até criar a devida coragem para entrar. E ao adentrar a casa, podia se avistar um senhor de idade sentado na poltrona encarado a porta.
-Oque está fazendo? - pergunta Dashiell.
-Eu não sei, você que entrou na minha casa. - Os dois se encararam e começaram a rir.
- pai... Eu pedi pra você ir pra oficina, por que não foi... Eu quero que vá conosco, por favor.
- Eu não posso filho... Aqui é meu lar, não posso simplesmente sair daqui, sua mãe morreu neste local e é aqui que vou ficar.
- por que? Porque ficar vivendo nesse lixão sem futuro? - o rapaz perguntava angustiado, porém só foi respondido com palavras que nem mesmo podia entender.

"Lixão? Aqui é meu lar... O nosso lar, eu não quero sair daqui mesmo que seja pra ir para um lugar com grandes condições, não quero atrapalhar sua viajem com seus amigos, você fez sua escolha não é? E essa escolha teve consequências então assuma essa responsabilidade, por que não estarei lá para te dar uns puxões de orelha

- entendo... Não vou te forças a nada - o mesmo se aproxima do senhor e lhe dá um grande abraço que foi retribuído e em um caloroso momento o mesmo enxuga suas pequenas lágrimas que caíram. "Eu te amo" o homem diz "eu te amo mais, meu filho"

Enquanto isso Clarke, Mika e Sarah estavam os esperando em frente a oficina, por que alem de Dashiell ter ido se despedir, Jesh e Kalel também foram se despedir de seus parentes.
- é só a gente que não tem família? - perguntava Mika
- ao que parece sim - respondia o homem. E um silêncio tomou conta do lugar por um bom tento até Clarke quebrar o clima. "Quer jogar pedra, papel e tesoura?" Perguntou Clarke. "Não." A garota respondeu seco e com desdém da pergunta besta que o homem havia feito. Porém o mesmo triste perguntou a mesma pergunta para Sarah que aceitou a proposta de brincadeira, o homem ficou feliz e os dois começaram a se divertir como duas crianças bobas, enquanto Mika ficava vendo aquela cena desacredita na infantilidade dos dois.

Jesh e Kalel estavam cara a cara com uma mulher e um homem de idade avançada. Jesh apenas olhava para o chão, por outro lado Kalel estava nervoso os encarando.
- vocês de novo? - o senhor perguntava com uma sombrancelha arqueada.
- bom.. tio e tia, a gente veio se despedir porque a gente vai ir embora junto com o Dashiell e achei que seria bom vir avisar vocês.
- ainda bem que vão embora, não queria ter que ficar cuidando dos filhos da minha irmã - respondia a senhora, enquanto Kalel e Jesh se olharam.
- Eu sei que vocês não queriam cuidar da gente mas obrigado por terem nos mantido em baixo do teto de vocês. - Kalel se abaixava curvando enquanto juntava a palma de suas mãos. Porém apenas são respondidos com um estalar de língua e um "quem se importa?"
Jesh apenas apoiou sua mão no ombro do irmão falando que aquilo não valia a pena, e que os mesmos teriam que se apressar para partir.
O senhor que a encarava com desdém a disse:
- finalmente esse pecador vai embora, seu garoto perverso, já pensou se influência seu irmão?
- é garota pra você! - Jesh pegou a mão de seu irmão e partiu daquele local, em seu olhar apenas tristeza e ódio se alastrando ao mesmo tempo. "Me desculpa foi tudo culpa minha" Kalel respondia se sentindo culpado, porém Jesh apenas lhe deu um sorriso bobo respondendo "não se preucupa seu bobo"