Capítulo II.

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ᴍᴇᴜ ɪɴɪᴍɪɢᴏ

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O Que os olhos não conseguem ver, o coração consegue sentir.
A Sensação de não estar só, por mais que não enxergasse um alguém ao seu redor.

Passos cautelosos preenchiam as vielas.
Ember pausava a caminhada para acumular peças caídas, ou qualquer coisa que chamasse sua atenção.

— É Sério que tá pegando até um isqueiro?

— Por que eu não pegaria? Precisa parar de tratar esse tipo de coisa, como inútil!

— Eu não t-...tisk... eu só quero te mostrar uma coisa, logo!

— Hum, e o que é pra tá apressado? — Perguntou, guardando o objeto metálico.

— Sendo sincero, no início não sabia como isso iria te consolar, mas agora faz todo o sentido!

Dito isso, prosseguiu seu caminho, deixando Ember com uma nova curiosidade atiçada.
Ela o seguiu até uma parte aberta, deserta, onde imediatamente seus passos começaram a ecoar.

Ela olhava para os lados, mas só o que via, era a neblina. O Terror ultrapassou seu rosto ao pousar em rastros com uma cor semelhante ao seu casaco.

— Ta brincando... fizeram a limpa aqui!

— Dessa vez, deve ter sido mais do que a metade... — Comentou, em um tom melancólico.

Ember levou suas mãos até suas mangas, onde as apertou e segurou com força.
Seu olhar passeou pelo chão, não que tivesse muito mais o que ver, antes de pará-lo no menino.

— É Isso, que queria que eu visse?

— Quê? Não! Vem cá!

Encaminhou-se, levando-a consigo, á um estabelecimento próximo de um poste com uma lanterna de claridade decadente.

Após atravessar a calçada, ele hesitou ao ficar de frente com a porta rústica.

— Ah, cara! A Sua irmã vai me matar se souber!

— Ela não tem que saber! E Você tá falando como se tivesse algo ilegal aí dentro... espera aí...

Sua boca transformou-se em um sorriso de orelha a orelha. Saltou para a maçaneta, e a girou para dentro, adentrando a estrutura.

Um espaço não tão grande, revestido em carvalho claro. Toras e chaves de fendas acompanhadas de parafusos jogadas ao chão.

Uma mesa retangular ao lado esquerdo da porta, com fragmentos e velas sobre ela.
O Odor de mofo e antiguidade ocupava o lugar, que só possuía a fraca luz de uma lâmpada, que uma hora se apagaria.

Ember, que procurava prestar atenção em cada detalhe, aproximou-se da mesa, com as velas e retirou de sua bolsa, o isqueiro.

Pressionou o botão de ignição, acionando as faíscas, e colocou fogo na ponta de cada uma.
Ao guardá-lo de volta, agora que o ambiente estaria mais visível, a garota fora mais a fundo.

Ao canto, um estrondoso relógio; os ponteiros indicavam a hora errada. O Vidro se encontrava envelhecido. Por mais que seu material ainda aparentasse estar em boa forma, era inegável que  passou por outras regiões antes de vir parar no estabelecimento.

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