Capítulo V.

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ᴍᴇᴜ ɪɴɪᴍɪɢᴏ

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Em cima do forro, Ember ofegava, enquanto tentava miseravelmente posicionar uma placa de metal de forma reta.

Ao seu lado, estava uma pequena caixa de carvalho, com itens de pintura.
Ao pegar um pincel de ponta avermelhada, hesitou.

Encarou a superfície, como se não soubesse o que fazer, e então, gritou:

- Ei, Isa! "Ember", começa com que letra?

Ele varria de dentro para fora. Se afastou da loja, para ver de onde Ember o chamara.

- Começa com..."E"...?

- Ah, valeu! - Aos poucos, fora se formando seu nome, á pincel na placa.

- Não acredito que não sabia!

Um rubor subiu ao seu rosto, e o virou para o lado, envergonhada.

- Eu tô aprendendo! Tá legal?! Você não entende!

- Foi mal, foi mal! As coisas não foram tão fáceis mesmo.

Sentiu seu coração afundar em seu peito.
A Lembrança de quando sua mãe lia para a garota, a invadiu.

Prestava atenção somente no que Emilie dizia, e se permitia imaginar. As memórias não são tão claras, por ser tão pequena na época.

A Leitura nunca entrou em seus interesses. As imagens e figuras, lhe induziam á um mundo só seu.

Finalizou com detalhes, desenhos de animais e o símbolo de fogo, logo após a segunda palavra que constituía o título."store".

Abaixou-se para pegar a caixa, e visualizou por uma última vez a placa, antes de descer com o mínimo de cuidado.

- Prontinho!

Ambos pararam para apreciar a loja. Cada um refletindo seu futuro, caso desse certo.
A Neblina havia enfraquecido ao passar da tarde.

Isa virou-se para Ember, e a ofereceu um sanduíche, aparentemente agradável.

- Peguei emprestado sem devolução! Tá fresco, acredito.

- Oh, valeu! - Ela o pegou, e seus olhos brilharam diante do lanche, e pensou em comê-lo.

Ember desviou o olhar do sanduíche, e o amoveu á uma criatura de quatro patas, a encarando através de suas pupilas afiadas.

Possuía um cone esbranquiçado em volta de sua cabeça, e um pão enfiado entre os dentes.
Um de seus olhos era branco, marcado por uma cicatriz.

Apartou-se, e se dissipou dentre as brechas das residências.
Ember tentou o chamar de volta, mas sem sucesso.

Soltou uma bufada. De repente, arqueou suas sobrancelhas, pensando na ideia que teve.

- Pra onde ele tá indo? - Questionou, pensando em o seguir.

- Sei lá! Gatos de ruas só sabem vagar por aí.

- Já volto! - Guardou o sanduíche em sua bolsa.

Sem dar explicações para Isa, Ember correu atrás do bichano, passando celeremente pelas mesmas brechas.

Desde sempre, quando Ember se interessava por algo, era difícil fazê-la mudar de ideia. O Que poderia ser bom ou ruim.

Após tê-lo novamente em sua vista, ela o seguiu ás pressas, e quanto mais se distanciava, mais a neblina sumia, e a atmosfera ia mudando.

MEU INIMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora