Capítulo VII.

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ᴍᴇᴜ ɪɴɪᴍɪɢᴏ

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Ao deitar sua cabeça no travesseiro, seu olhar vagou pelo cômodo vintage e mal iluminado.

O Cobertor, era costurado juntamente de outros tecidos diferentes. Queria sentir-se segura, ou pelo menos, confortável. Não pôde evitar de ouvir, a conversa ao lado:

— Obrigada por nos arrumar um canto, Marik. Prometo que, não ficaremos muito.

— Sem problemas, Abigail. Fiquem o quanto quiserem. Agora, têm que ficar longe mais do que nunca.

— Argh... Eu acabaria com cada um deles... — Massageou os punhos, com os olhos semicerrados.

Marik respirou fundo, e segurou o pulso de Abigail, olhando tenso para ela.

— Acontece, que isso, só vai trazer ainda mais problemas. — A Soltou — É Você quem mais precisa se esconder.

Ela bufou, e se recostou na poltrona.
Marik virou as costas, onde caminhou até uma estante, e a tirou uma taça, limpando-a com um pano.

— Vá descansar, pode lhe fazer bem.

Ela o olhou por instantes, antes de se reerguer, e o responder impaciente.

— Eu não preciso descansar!

— Mesmo assim, tire um tempo.

Retirou-se, deixando-o com uma feição pensativa, como se ponderasse algo.

Ao ouví-la adentrando, Ember se encolheu na cama, virando-se de lado, brincando nada empolgada, com um urso de pelúcia costurado.

Abigail respirou profundamente, e abriu um leve sorriso.
Sentou-se á cama onde Ember estava deitada, e repousou a mão em seu braço.

— Onde achou isso aí? — Perguntou tranquilamente.

— Dentro de um armário. Me sinto melhor com ele — Respondeu fraquejando.

Ao perceber a diferença na voz de sua irmã, Abigail retirou a mão e olhou para o teto, especificamente, para o lustre.

— Então, não o largue. Quando se sentir sozinha, pode abraçá-lo, bem forte.

Amoveu uma mecha de cabelo de seu rosto, lhe pondo um sorriso doce, e acolhedor.

— Nós... Vamos ficar bem, né?

Hesitou ao responde-la, franzindo seu cenho.

— Mas é claro! Tudo vai se resolver, tá bom?

Segurou firmemente sua mão.
Sua feição tranquilizadora, ocultava o tormento em seu olhar.

Ember assentiu com a cabeça, e empurrou seu tronco para frente.
Juntou suas pernas, e apoiou seus braços em seus joelhos.

— Por que... Por que eles nos odeiam tanto? O Que fizemos a eles?

Abigail, com a face neutra, pôs as mãos para trás.

— Vou te contar uma pequena história; Um homem rico, que morava em uma das melhores coberturas da cidade. Suas joias ressaltando sua beleza. — Fez uma breve pausa — Enquanto ele andava pelas ruas, avistou um inseto. Ele era brilhante, mas não um brilho bom. Fazia um som irritante, mas não queria irritar o homem. Invés disso, estava atrás de uma planta, para se alimentar. — Outra pausa, mais longa — O Homem, somente viu sua aparência asquerosa, e não pensou duas vezes, antes de pisar em cima, com seu sapato branco e chique. Não tinha importância alguma. Sua morte não afetaria em nada a vida do homem. Não fez nada para merecer aquilo, mas talvez estivesse na hora errada, no momento errado.

MEU INIMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora