|CAPÍTULO 16|

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Bilhete n° 1

Você já chegou a ouvir One Time do Justin?

Tenho certeza que sim. É o tipo exato de música para a Anna Lis Scott: cheio de baboseira romântica e tudo mais.

Embora, sendo sincero, não pareça tão ruim depois da vigésima vez que você a ouve, e não consigo parar de pensar em você sempre que isso acontece.

Ferret.

PASSADO | LUCAS GRAHAM

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PASSADO | LUCAS GRAHAM

           A SAGA DOS BILHETES em seu armário começou por volta de março do ano passado, pouco tempo depois da Anna Lis ter lido um livro onde o protagonista deixava algumas notas no armário da sua namorada falsa. A garota havia ficado suspirando e choramingando pelos cantos por dias, quase implorando para que algum príncipe encantado aparecesse do nada e a tratasse da mesma forma Embora eu tivesse muito a dizer sobre a cena da banheira ser uma forte prova da falta de caráter do cara por quem a mesma parecia completamente fissurada, se ela precisasse de uns bilhetes idiotas para se sentir um pouco mais confiante, foda-se, eu lhe daria os malditos bilhetes. Quer dizer... mais ou menos. Ser genuíno e autêntico nunca foi muito a minha praia, e tentar competir com a porra do Peter Kavinsky somente piorava as coisas.

As primeiras tentativas encheram a lixeira do meu quarto antes do fim da noite. Eu sabia o que queria dizer, mas não fazia ideia de como realmente fazer isso. Foi apenas no quarto dia, após mais algumas centenas de tentativas frustradas, enquanto ouvia distraidamente uma playlist aleatória no Spotify, que descobri a solução perfeita para não parecer um completo idiota: letras de músicas. Primeiro, porque as músicas eram um território familiar que eu dominava relativamente bem e, segundo, Anna Lis parecia apreciar meu gosto musical. Então, não seria uma ideia tão ruim indicar-lhe uma música para cada dia da semana, certo? E quem sabe, só talvez, eu também não pudesse acabar unindo o útil ao agradável e contando por meio dos bilhetes o que meus impulsos possessivos estavam começando a tornar impossível esconder. Que eu a amava e que era fisicamente doloroso saber que era por outro cara que ela esperava.

Em algum lugarzinho sombrio do meu consciente, uma voz sussurrava que esta era minha última chance. Se nem mesmo isso desse certo, estaria acabado. Ela sempre escolheria o Stone. E, inferno, eu não podia aceitar uma merda dessa, não quando ela me olhava da maneira como olhava e sorria da maneira como sorria.

Foi então, numa segunda-feira, que Anna Lis encontrou o primeiro bilhete.

Eu o havia deixado em seu armário antes da primeira aula da manhã, depois me mantive fora de vista, dominado pela covardia. Lis não notou minha ausência de imediato, estava distraída demais com seu diário roxo ridículo e Dean Stone. No entanto, quando recusei sua proposta de fazermos o trabalho de geografia em dupla, a mágoa em seus olhos me atingiu como um golpe. Machucá-la sempre me fazia sentir um lixo, e dessa vez não foi diferente. No entanto, a simples ideia de que ela pudesse se sentir decepcionada com toda a situação dos bilhetes me fazia sentir muito pior. Isso deveria ter sido feito pelo Dean, não por você, Graham.

When We FallOnde histórias criam vida. Descubra agora