|CAPITULO 14|

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Bilhete n° 103

Eu sei que estamos cometendo
um erro de merda...

mas você poderia não
me deixar ir, Golden Girl?

Pelo menos, não agora...

Talvez nunca.

Desculpa, é que Never Say Never da banda The Fray tem
me deixado um pouco emotivo demais.

Ferret

PASSADO | LUCAS GRAHAM

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PASSADO | LUCAS GRAHAM

HOJE É QUARTA-FEIRA. E eu amo quartas-feiras. Elas significam passar a tarde estudando na casa dos Scotts depois do colégio e, consequentemente, um dia inteiro longe da mansão e do meu padrasto.

Faz uma hora que chegamos, e, mais ou menos, quinze minutos desde que o cheiro de biscoitos da tia Sarah assando no forno tem disputado a minha atenção, deixando-me completamente incapaz de resolver uma questão básica de função.

Lis, por outro lado, parece inabalável do outro lado do cômodo, sentada em sua escrivaninha. A garota nem pisca para o livro aberto à sua frente. A vida de Atticus e seus dois filhos a tem entretido desde que o professor de literatura passou uma resenha literária sobre o "O Sol é Para Todos" como nota final do semestre. Bem, isso foi apenas na segunda-feira e ela quase não o largou desde então, fazendo jus ao termo leitora ávida como ninguém. E, porra, amo isso nela... que, tanto quanto eu, ela adore livros e sua capacidade extraordinária de gerar realidades diferentes e conhecimento abrangente sobre tudo e qualquer coisa.

Completamente distraída, a garota deixa que seus dedos toquem involuntariamente o colar em seu pescoço. Ela brinca com o pingente de coração, sentindo as veias gravadas em sua extensão, como em um coração de verdade apesar do formato errôneo. Então, o abre e fecha. Fecha e abre. Faz isso tantas vezes que me perco no meio da contagem. Mas isso pouco importa. Se trata do meu presente em seu pescoço e ele é tudo o que ela usa desde que o encontrou em seu armário.

Céus, eu adoro que ela o tenha preferido acima de qualquer outro; acima do dele.

Foda-se. É claro que estou apaixonado por ela. Fodidamente apaixonado.

Talvez eu seja um masoquista de merda por me sentir assim mesmo depois de vê-la suspirando por outro cara todo santo dia? Provavelmente. Mas Anna Lis Scott é simplesmente a Anna Lis Scott e não tem como não cair de joelhos pela coisa mais maravilhosa que aconteceu na sua vida, como essa garota aconteceu na minha. Naquela noite, dois anos atrás, os sentimentos começaram a surgir lentamente em meu peito como um vírus silencioso, viajando por minha corrente sanguínea e despertando fragmentos de sensações entorpecentes. Então teve o seu aniversário, onde finalmente a enxerguei como uma garota de verdade e entendi que a raiva irracional que sentia por Dean Fodido Stone era, na verdade, outra coisa. Ciúmes. Eu sabia que ele não a merecia nenhum pouco, mas, talvez, eu pudesse se me esforçasse um pouco. Se lesse alguns dos seus livros favoritos e a tratasse como os caras tratam as protagonistas; se eu a fizesse sorrir e tornasse seus dias no Scientia menos deprimentes.

When We FallOnde histórias criam vida. Descubra agora