Ela estava sozinha quando ele veio e tornou seus dias menos solitários.
Ele achou que estava morto por dentro quando ela surgiu e esquentou seu coração.
Ela lhe deu um motivo para continuar.
Ele lhe deu um motivo para sorrir.
E então, eles caíram.
...
Pare de brincar com o meu coração fodido, Golden Girl.
Não é tão difícil escolher. Ele ou eu? Seja sincera.
Você deveria ouvir No Brainer do Justin
e acabar com minha agonia de uma vez.
Ferret.
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PASSADO | LUCAS GRAHAM
― Eu não faria isso se fosse você... ― a ameaça desliza perigosa por entre meus dentes.
A mão do idiota para no ar por um segundo. Ele solta um suspiro impaciente e passa a mão livre pelo cabelo escuro. Então, recua. Seus olhos negros, cheios de desprezo, se fixam em mim enquanto permaneço com minha atenção no envelope azul entre seus dedos. Envelope esse que estava prestes a enfiar no armário da garota que afirmava odiar com todas as suas forças.
Que porra será isso?
Uma carta?
Enfio o bilhete da Golden girl no bolso e avanço pelo corredor quase vazio, lutando contra as pontas de dores que sinto sempre que respiro. Se ele não estivesse no meio do caminho, esse seria o primeiro bilhete dela depois de muito tempo... o primeiro que ela receberia, de qualquer maneira.
Durante duas semanas inteiras trancado no quarto, fingir que estava escrevendo para ela foi minha salvação. Noite após noite, eu me sentava à mesa de estudos, pegava o papel de notas e a caneta de tinta dourada que a garota tanto adorava e escrevia o que queria. Foi a primeira vez, desde que os bilhetes surgiram, que não precisei me segurar. E, caramba... sem todas as regras idiotas que eu havia imposto a mim mesmo - não mencionar a palavra amor, não falar sobre o que acontecia dentro da mansão, não mencionar o acidente que matou meu pai ou o inferno que era viver dentro da minha própria cabeça - escrever foi a melhor coisa que fiz em muito, muito tempo. Descobri que precisava disso tanto quanto precisava de oxigênio, e quando terminei, quase desejei que ela pudesse ler cada palavra maldita, porque aquilo era o verdadeiro Lucas Graham. Quebrado e caótico. E eu queria que ela pudesse gostar dele também. Mas a cena que presenciei ontem à tarde apenas serviu para esfregar na minha cara que a garota que amo merece mais do que isso. Anna Lis Scott sempre desejou um príncipe encantado para tornar seus contos de fadas reais, e não um idiota todo ferrado que precisava ser salvo de si mesmo.
E quanto mais fraqueza demonstro, mais príncipe esse idiota na minha frente parece.
― Não lembro de ter pedido a merda da sua opinião, Graham. ― O tom frio em sua voz não me surpreende; ele nunca gostou muito de mim.
