Involuntary : e se seus sonhos se tornassem realidade?

Cap.7

Normalmente, diria que tudo não passara de um sonho. Mas ali estava eu, olhando para o chão de meu quarto, com um vestido brilhante de festa, sapatos de salto sujos de grama e cabelo desgrenhado. Enjoada, não conseguia me levantar. Me apoiei no guarda-roupas enquanto tremia de frio.
Me arrastei até minha cama lentamente, ainda tremendo. Até que ouvi a pior coisa que poderia ter ouvido.

-Diana! -- gritou Amy .

Me escondi debaixo das cobertas e cobri meu rosto .

-Sim, Amy? -respondi, baixinho.

Amy abriu a porta e ouvi seu suspiro.

-Ufa, você está viva!

Por debaixo do edredom quente dei uma risadinha. Amy se importava, por mais que fosse insuportável.

-Sim, mas estou com muito frio. Poderia por favor me dar licença para que eu possa trocar minhas roupas?

Pude até imaginar Amy concordando com a cabeça, mas tudo o que ouvi foram seus passos e a porta se fechando. Pulei da cama ainda envolta no cobertor, e tirei os irritantes sapatos de salto que estavam até agora em meus pés. Caminhei até meu guarda-roupas e o abri, pegando demaquilante e algodão.

Após me livrar da maquiagem, tirei o vestido por baixo do cobertor. O encarei por um instante em minhas mãos. O que devo fazer com ele?

Deveria destruí-lo , mas não teria coragem. Era a única prova de que eu havia estado em outra dimensão.

Puxei uma caixa preta vazia no fundo do móvel e coloquei o vestido dobrado cuidadosamente dentro dela. Empurrei a caixa para o fundo do móvel novamente e fechei a porta. Vesti roupas quentes e coloquei uma pantufa em meus pés, que estavam praticamente congelados.

Virei-me e encarei mais uma vez a maldita fadinha. Melhor não tocar nela por um tempo.

Abri a porta do quarto e me deparei com o rosto de Melisse bem próximo ao meu. Foi então que algo estranho aconteceu: Melisse me abraçou. Me abraçou forte , de verdade, como se temesse que alguém me tomasse de seus braços.

-Melisse? - praticamente grunhi, sem ar. Hesitante, me soltou e fitou-me com os olhos brilhando devido às lágrimas que não rolavam.

-Tive medo...de que não acordasse mais -- disse ela, permitindo que as lágrimas escorressem por suas bochechas.

Esta havia sido a primeira vez que Melisse chorara por minha causa, tirando as vezes em que a deixei cair do skate ou de sua bicicleta. Mal percebi que meu rosto já estava encharcado de lágrimas quando Melisse passou suas delicadas mãos por minhas bochechas. Sorri, sem saber o que dizer e me dirigi até as escadas. Desci-as e fui direto ao sofá da sala, sem nenhuma disposição. Não havia dormido durante a noite.

-Diana?

Virei-me e Amy estava atrás de mim. Claro, ela não entendia o porque de eu estar deitada em um sofá sendo que pensava que dormi por vinte e quatro horas.

- Sim, Amy?

Os seus olhos brilharam de uma forma diferente, algo que nunca havia visto antes. Ela parecia ler minha alma e desvendar cada segredo e cada loucura já pensada por mim. Ela aparentava querer dizer algo, mas foi detida pelos próprios lábios.

-Amy, diga-me! Sabe que não tenho muito tempo hoje...

-Só...- Amy contorceu os lábios,expressando seu nervosismo- lhe pediria para lavar a louça do jantar de ontem.

Levantei-me do sofá praticamente me arrastando. Precisava urgentemente dormir. Mas onde?

Na cozinha, a louça acumulada me deixou surpresa. Como duas pessoas sujaram tanta louça?