Sonolenta, Shermmie abriu os olhos. Viu um rosto sorridente subitamente surgir diante de si, acompanhado por uma empolgada voz:
– Bonjour!
Assustou-se com aquilo. Seu cérebro, ainda distraído devido ao fato de ter acabado de despertar, levou alguns milésimos para processar que aquela era Anne.
– Affe... Fraquinha!
– Desculpe... – Disse Anne, tristemente – Eu quis dizer "Ohayo gozaimasu!" Às vezes eu ainda me confundo com os idiomas.
– Não tô falando sobre isso. Não me interessa em que idioma você quer falar, só não me assuste mais desse jeito! – Ela levantou-se e foi até o banheiro, resmungando – Mal acordo e me deparo com sua cara olhando pra mim. Achei até que fosse um youkai, que droga!
Anne ficou ainda mais triste.
– Mas... Eu não sou tão feia! – Ela choramingou.
Minutos depois, Shermmie saiu do banheiro. Parou, olhando para Anne que permanecera de pé no mesmo lugar.
– Podemos ir? – Indagou a loira, já parecendo esquecer-se totalmente da tristeza por ter sido comparada a um youkai.
– "Podemos"? Podemos ir pra onde?
– Para a ronda. Kari-chan saiu mais cedo para ir ao colégio, então eu fiquei esperando por você para sairmos juntas.
– Juntas? Está drogada?
– Er... Qual seria o problema?
– Seu braço está ferido, esqueceu?
– Ah, mas já tem quase uma semana, já estou bem melhor!
– Verdade? Então por que continua com ele enfaixado?
– Er... Tenho medo de pegar alguma infecção.
– Então, é mais seguro você ficar aqui no quarto, bem quietinha.
– Mas, Shermmie-chan...
– Para de me chamar assim.
– Qual o problema?
– É "meigo" e pessoal demais. Escute, não ache que o fato de você ter se machucado por ter dado uma de 'salvadora do mundo' e pulado na frente daquele youkai que me atacou faz de você minha amiga. Eu não tenho amigas e nem me interesso em ter.
Novamente, o olhar de Anne tornou-se triste.
– Pard... Desculpe.
– Hunf... Dá licença que tenho uma ronda a fazer.
Shermmie passou direto por Anne e ia sair do quarto, quando a canceriana a chamou:
– Mas, Shermmie... Eu também preciso voltar para as rondas.
– Pra quê?
– Por que eu sou uma Guardiã e quero ser útil.
– Ah, você quer ser útil? – Ela voltou-se para Anne – Então, vou te passar uma grande e importante missão.
Anne sorriu, voltando a se animar.
– Verdade? E o que eu terei que fazer?
– Fique aqui nesse quarto, convertendo o oxigênio em gás carbônico. É o máximo que você consegue fazer.
Assim, Shermmie saiu do quarto. Anne sentou-se na cama, choramingando:
– Isso não é uma grande missão...
Seus olhos azuis se desviaram para o celular em cima da mesa de cabeceira.
– Mamãe-Mara... Sinto tanto a sua falta...
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Guardians
FantasiO mundo dos homens é protegido do mundo de malignas criaturas por uma barreira dimensional. Frágil e sob constante ameaça, ela é protegida por doze guerreiros sob os signos das estrelas: os Guardiões. A missão desses jovens, que contam com poderes s...