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Sarah passou os dias se policiando pelo que ia dizer. Lucas estava visivelmente abalado pelo fato de ter pedido o divorcio. Era inacreditável que ele não tenha tomado nenhuma medida drástica em relação ao que sabia sobre ela. Gostava muito dele, mas o amor que nutria o casamento havia sido substituído pela paixão avassaladora que nutria por Juliette. O aniversario de Luma passou sem nenhum incidente e dois dias depois fez as malas informando que ia para Cannes. Queria contar a verdade para a filha que na verdade ia passar dez dias com Juliette, mas não poderia fazê-lo por enquanto, afinal se dissesse isso a Luma não seriam dias de descanso e sim de cuidados e paparicações. Teria que usar esses dias para esfriar a cabeça e se preparar para a separação que viria a seguir. Desceu em Cannes sentindo a magia da Riviera francesa tomar conta da sua mente se desligando do mundo. O trajeto entre o aeroporto e o hotel foi rápido, mas não o suficiente para que pudesse se deliciar com a paisagem do local. As construções em estilo vitoriano realçava a beleza clássica da cidade que estava apinhada de fãs cinéfilos para o festival que já fervilhava em pontos distintos. O táxi parou em frente ao Hotel Carlton e Sarah foi guiada até a suíte já reservada para ela e Juliette.

No caminho encontrou alguns rostos conhecidos do cinema e com uma satisfação de turista e tiete pegou o elevador com dois diretores de sucesso de Hollywood. A suíte dava de frente para o mar azul que se confundia com o céu ensolarado e quente. Os veleiros no mar e as pessoas que tomavam sol na areia à frente já deixava por imaginar o que viria a seguir em um dos pedaços mais esquecidos do mundo. Entrou no quarto principal e encontrou um recado de Juliette encima da cama informando que havia saído para comprar umas coisinhas da viagem que havia esquecido, simples como se ela pudesse percorrer a rue d'Antibes sem ser notada. Se encaminhou para o banheiro colocar uma roupa condizente com o clima e escutou a porta se abrindo. Terminou rápida ansiosa para encontrar Juliette, mas o que viu foi uma luxuosa caixinha da Chopard ao lado do vaso de flor na mesa da sala de jantar. Olhando ao redor se encaminhou pra ela e viu que não havia nenhum cartão ou identificação. Deu meia volta retornando para o quarto, mas foi detida pela voz de Juliette.

- Não vai abrir? – Perguntou assustando a loira.

- Que susto Juli... - Exclamou Sarah levando a mão o peito – Eu não te vi ai linda....

- Não era para ter me visto mesmo... – Respondeu saindo do sofá que mantinha sua proteção. – Não vai abrir? – Tornou a perguntar apontando a caixa.

- Pensei que fosse alguma coisa sua que haviam trazido pra você... – Finalizou pegando a caixa e indo em direção a Juliette.

Sarah abriu a caixa minuciosamente decorada com requinte e abriu. A cascata de luzes que brilhou em seus olhos a fizeram ficar sem reação e olhando para a mulher sorridente a sua frente não soube o que dizer. Foi a própria cantora que quebrou o silencio.

- Dizem que os diamantes são os melhores amigos das mulheres...

- Juliette... Você...

Com um sorriso, Juliette pegou o colar dentro da caixa e deu a volta em Sarah colocando em seu pescoço. O brilho incomparável da peça cravejado por rubis não era semelhante ao brilho que Sarah ostentava no olhar. Planando em nuvens se mirou no espelho e o que viu foi uma bela peça e Juliette que terminava de ajeitá-la encarando seus olhos no espelho. Não sabia que a jóia era avaliada em mais de meio milhão de dólares, o que importava era o valor sentimental que ele possuía e que assim como os diamantes seu amor era eterno.

. . .

Se existe um lugar na terra onde pode se sentir um pouquinho no paraíso esse lugar tem nome e endereço: Taiti e se situa na polinésia francesa. O avião se aproximou da ilha revelando uma das paisagens mais lindas e exóticas que Sarah já havia visto na vida: O mar azul que se transformava em um verde esmeralda perto das barreiras de corais se confundia com o azul límpido do céu que se perdia de vista na imensidão do céu azul delimitando o espaço entre o céu e a terra. O pouso em Papeete, capital do Taiti, foi tranquilo e sem dificuldade alguma saíram do aeroporto para chegar ao porto onde o iate já estava ancorado. O centro da cidade lembrou o caos do transito de São Paulo. Os carros faziam congestionamento e as pessoas apinhavam as ruas usando típicos trajes e chapéus de palha. Não demorou a alcançarem o porto e embarcarem para o destino final que era a ilha de Bora Bora. Sarah subiu a bordo de um Princess Yachts International cumprimentando a tripulação de três pessoas que passariam grande parte do tempo com eles. Entrar em um barco como aquele era ter nítida sensação do que era pertencer ao mundo de Juliette: A sofisticação inigualável em cada detalhe saltava aos olhos da jornalista que olhava tudo ao seu redor enquanto fazia um reconhecimento do lugar: a área externa possuía cadeiras e mesas de aço inoxidável e espreguiçadeiras de couro em toda a sua extensão. Ao redor bancos de madeira faziam um charme especial na decoração.

Glamour || Sariette • ADPOnde histórias criam vida. Descubra agora