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O avião de Juliette pousou em São Paulo as quatro da tarde. Pedro havia conseguido fazer com que decolasse mais cedo da Califórnia depois de tanta insistência da cantora. Tentara de todas as formas falar com o numero que Sarah havia passado na noite anterior, mas era como se a jornalista tivesse sumido e a única forma de encontrá-la que lhe veio na mente era pela tv em que trabalhava. Possivelmente não estaria lá, mas se encontrasse Júlia, sua assistente, talvez conseguisse descobrir o paradeiro da jornalista.

Não foi difícil encontrar o endereço da central de jornalismo da TV CTB. O difícil estava sendo em convencer a recepcionista que realmente precisava de um contato com Júlia.

— Desculpe senhora, mas não estamos autorizados a passar os telefones de qualquer pessoa relacionada a jornalista Sarah Andrade. Se quiser eu mesma posso passar seu numero de telefone para a Júlia e ela te retornará o contato.

— Eu não posso esperar que ela selecione meu telefone entre tantos que ela deve estar recebendo... – Respondeu Juliette, irreconhecível com uma peruca loira e seu carregado sotaque. — Tudo o que eu quero é que ela desça... Tente novamente, por favor...

— Não posso realmente fazer mais nada... São ordens lá de cima e você escutou a Júlia; ela não vai descer...

— Mas que droga! – Resmungou dando um murro no balcão de atendimento. Se virou e explicou para Gil o que estava sendo discutido, que a orientou a se revelar.

— Ok... Olha só... Bianca seu nome, não é? Bianca eu vim de Santa Bárbara na Califórnia até aqui só para encontrar a Sarah e eu vou encontrá-la! Somente me facilitaria a coisa se eu soubesse onde ela está... E a Júlia pode me ajudar nisso...

— Lamento senhora – disse a recepcionista já perdendo a paciência – Deixe seu telefone e eu peço para ela te retornar.

Juliette respirou fundo: Não havia outra saída a não ser dizer quem era.

— Juliette Freire... – Falou tirando a peruca – E agora você me arruma uma sala para me preservar de todas as pessoas que vai parar aqui no saguão até a Júlia descer.

A cara de surpresa que a recepcionista esboçou era totalmente genuína.

— Juliette Freire! – Exclamou sem acreditar – Venha por aqui, por favor! Vou localizar em que andar a Sarah está e te encaminho até ela.

— Então a Sarah está aqui no prédio?

— Sim... Ela passou o dia todo na redação. Eu vou te levar até a recepção do Sábado Interativo e encontro um lugar reservado para você lá. Por aqui, por favor...

Bianca saiu detrás do balcão mostrando o corredor por onde seguiram até alcançarem o elevador. Era incrível o que um nome diferente podia fazer. As pessoas passavam e olhavam espantadas ao ver Juliette. Desceram no oitavo andar apinhado de pessoas curiosas que já sabiam da presença de Juliette no prédio. Bianca a conduziu até uma sala de reuniões vazia onde somente uma tv mostrava a programação da TV que exibia um jornal de variedades com uma animada apresentadora. O jornal estava sendo transmitido ao vivo, mas Juliette não estava com cabeça nem com vontade de ver e perceber esses detalhes. Somente se virou para a tela quando a apresentadora disse o nome de Sarah:

— "... No comunicado oficial para a imprensa a jornalista diz lamentar o incidente ocorrido com Juliette. Disse que estava em um período de descanso com amigos e acabou se excedendo em sua descontração, lamenta por seus atos terem sido mal interpretados e que tomara o cuidado futuramente de não aparecer em situações embaraçosas...". Mas vamos chegar a uma conclusão pessoal – Continuou a jornalista – Não se interpreta mal beijos como aqueles fotografados.... Será que ela quer argumentar que beijou a Juliette sem querer? Sarah você nos deve explicações mais claras...

Glamour || Sariette • ADPOnde histórias criam vida. Descubra agora