Prefácio

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O sol, com sua presença majestosa e sua luz radiante, é uma musa constante para a poesia, especialmente para aqueles poemas que exploram os recantos mais luminosos da alma humana e exposição dos sentimentos.

Desde tempos imemoriais, os poetas têm olhado para o céu diurno em busca de inspiração, encontrando no sol uma fonte de energia e vitalidade. Poemas onde a esperança é mais brilhante ou a força pulsa quente nas veias. A luz do dia, muitas vezes associada à clareza e à revelação, torna-se um cenário propício para a celebração da vida e da alegria existencial. É sob a luz do sol que os poetas encontram a liberdade para explorar os sentimentos mais vibrantes e manifestos, desenhando palavras que revelam o que muitas vezes permanece oculto na escuridão da noite. O sol não apenas ilumina fisicamente o mundo, mas também simbolicamente os cantos mais resplandecentes da psique, revisitando verdades e percepções que a penumbra noturna não nos permite enxergar.

Os poemas mais luminosos, aqueles que mergulham nas profundezas da alegria, da esperança e da realização, encontram no sol uma espécie de força e clareza. A luz solar, intensa e penetrante, não esconde nem suaviza, mas revela e acentua, permitindo que a felicidade e o otimismo sejam expressos de forma exuberante e poderosa. O sol é, portanto, um farol no firmamento, um guia resplandecente que ilumina o caminho dos poetas enquanto eles celebram suas conquistas e sonhos. Ele transforma o que é claro em algo compreensível e, paradoxalmente, grandioso, demonstrando que até mesmo na luz mais intensa, há espaço para a poesia e para a contemplação profunda.

É sob a luz intensa do sol que os poetas diurnos encontram a coragem para abraçar seus triunfos internos, para transcrever em versos suas vitórias mais íntimas e, assim, alcançar uma espécie de êxtase poético. Cada sol presente nessa antologia, único em 11 poemas de entrega pessoal, deixa isso claro e fixo desde a ausência do astro, seu nascimento e sua permanência nos cantos mais íntimos e misteriosos do mundo. Esses sóis são parte de um ciclo, de uma história, que está sendo contada em poesia clássica, moderna, contemporânea, acústica e até crônica. Entre as nuvens, além delas, a observação solar de cada autor e autora errante nessas páginas será entregue para se firmar nos seus olhos, leitor, assim como o sol se deita sobre a pele.

Esse astro, com sua força e constância, atua como um espelho para a alma humana, refletindo tanto a vitalidade quanto a grandeza da existência. Somos lembrados da dualidade inerente à vida: luz e sombra, alegria e tristeza, esperança e desespero. Em sua jornada diária, nos ensina sobre os ciclos da vida, sobre a inevitabilidade da mudança e a perpétua alternância entre dia e noite. Assim, a relação entre a poesia e o sol é uma dança contínua entre revelação e mistério, onde cada fase do dia traz novas inspirações e introspecções. Através da poesia, os sentimentos mais luminosos são não apenas celebrados, mas também transfigurados, ganhando uma nova dimensão sob a luz solar. Dessa maneira, a poesia e o sol nos lembram que até nos momentos mais radiantes, existe uma luz capaz de iluminar e transformar, revelando a beleza explícita na existência humana.

Nesse livro os poetas ao se deixarem guiar pelo sol encontraram nele um aliado poderoso, que lhes permite ver além das aparências superficiais e mergulhar na essência das coisas. A luz solar, com sua qualidade vivificante, estimula a imaginação e o pensamento expansivo, encorajando-os a explorar territórios vastos da mente e do coração. Essa é experiência que nós, Mentes Errantes, desejamos que adentre os corações de cada leitor através de seus sentidos. Se isto trouxer um amanhecer mais radiante a cada um de vocês, de fato nosso trabalho está mais que completo.

Walison Vinicius

Diretor do Projeto Mentes Errantes

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