Sol Poente

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Mística selvagem

Na mística selvagem

Deste céu de fogo

Minha mente se incendeia

Em mil chamas de memórias

E meu coração bombeia um sangue

Tão vermelho quanto as nuvens

Nutrido de sentimentos

De saudade do dia que passou

De aceitação da noite que se aproxima

E de esperança por um novo amanhecer.

Batem palmas ao meu redor

Ao sol que leva consigo as mais diversas alegrias e tristezas

Dores e confortos, paixões e desalentos, medos e atitudes

Que a humanidade mais uma vez viveu em sua diária epopeia.

O que virá amanhã?

Além do sol, ninguém sabe

Mas hoje estamos aqui

Vendo o dia se despedir

Envergonhado, enrubescido

Por mais uma vez não poder ficar

E continuar nos abraçando

Com seu reconfortante calor

Mas em seu último adeus

Conforme as galinhas vão dormir

E as corujas começam a acordar

Lança um último grande raio

De promessas sempre cumpridas

Dizendo: "Por hoje eu morro

Mas amanhã renascerei!"

No meu quarto

O sol começa a se pôr

Na janela do meu quarto

Seus raios pintando tudo

De laranja incendiário.

É a hora em que o dia me pede

Para parar de trabalhar

Dizendo: "vire-se um pouco a mim

Venha aqui ver a vista

A noite não tarda a vir

Assim que esta tarde terminar

E você então poderá continuar

Mas enquanto ela não vem

Venha você aqui à janela

Observar a paisagem

E apreciar este dia que se encerra".

Não quero, porém, parar.

Não quero, porém, observar.

Não quero, porém, apreciar.

Quero continuar fazendo

O que quer que eu esteja fazendo

E esta quente luz do pôr do sol

Está apenas me atrapalhando

Me cegando, me suando, me incomodando.

Assim, fecho a veneziana recusando tão acalorado convite

E na noite precoce que agora cai sobre meu quarto

DiurnosWhere stories live. Discover now