Retorno para casa
No ônibus cheio,
o cansaço ocupava espaço
No olhar cansado via o fim de tarde,
sinal da sexta-feira indo embora
Na volta para casa sonhava
com o final de semana
Primeiro dia na creche
O fim da tarde demorou a chegar
Tudo naquele dia pareceu se arrastar
A saudade sempre estava por perto
Quando finalmente a hora chegou
Logo na frente da creche se encontrou
Esperando a saída do filhinho querido
Quando a criança correu em sua direção
Não conseguiu conter a emoção
O primeiro dia na creche era puro sentimento
Trânsito do final do dia
A rodovia estava engarrafada
Horário em que todos
queriam voltar para casa
Em meio ao trânsito paralisado,
observava o Sol se pondo
na quietude da tarde
A idade e os sonhos
Surgiu a vontade de aprender,
quando estava com a idade avançada
Queria aprender a pintar,
sonho que tinha desde a juventude
Se inscreveu no curso de pintura,
realizando seu sonho tão antigo
O Sol do aprendizado aquecia sua alma,
nunca é tarde para aprender
Fim de namoro
No beijo não tinha mais paixão
Carinho que não chegava ao coração
O que um dia foi quente,
no presente estava frio
Estavam cada dia mais distantes
Conversas que não eram como antes
O Sol do amor estava sumindo,
em meio às colinas da rotina
Novo emprego
Tomou coragem:
Iria trabalhar em sua vocação
Seguiria seu sonho
No caminho pensava nisso
Atrás dele o Sol estava se pondo,
levando com ele todas as dúvidas
Praia de final de tarde
Gostava do vento balançando seus cabelos
Ficava feliz com a sensação da areia nos pés
Amava o som das ondas do mar
Realmente apreciava caminhadas na praia
Amava a quietude daquele horário
Quando o dia já estava quase no fim
Apreciava a praia naquele silêncio,
onde o mar estava livre para falar
Formatura
O auditório era só euforia
Os recém-formados transmitiam alegria
A expectativa pelo futuro estava nas alturas
Todos estavam felizes pela formatura
Emocionados por tudo que passou,
entusiasmados pelo que ainda não chegou
Enquanto o ciclo de um Sol chegava ao fim,
outro brilhava ainda mais forte
Cachorro idoso
Não tinha mais tanta energia
Não corria mais atrás do dono para brincar,
mas sempre estava na porta a lhe esperar
Com o passar dos anos o amor apenas cresceu
Com a idade queria sempre dormir,
mas mesmo em meio às nuvens do cansaço,
o amor pelo dono ainda encontrava forças para brilhar
Café da tarde
Gostava daquela doce rotina,
que parecia acariciar sua alma
Naquela cidade pequena e calma
Gostava de fazer café toda tarde,
com a xícara na mão sempre conversava
Com as pessoas que na rua passavam
Gostava de sentar na frente de sua casa,
em uma cadeira devidamente colocada
Para olhar o pôr do Sol estava bem posicionada,
e o Sol sempre parecia lhe sorria de volta
Sol de fim de tarde
Sol que leva cansaço,
convidando o anoitecer
Sol prestes a adormecer
Sol que encerra mais um dia,
mas convida para um novo amanhecer
Doce Sol do entardecer .
SOBRE A AUTORA
Ana Carolina Machado é uma escritora e poetisa de Belém do Pará. Amante da escrita desde pequena, assim como apaixonada por ficar perto de sua família. Participou da Antologia "Meus poeminhas infantis vol 2"; Antologia "Estelar"; Antologia "Cultive o pólen da vida 2 poesia","As flores do meu jardim", entre outras antologias. Em 2018, ficou em segundo lugar no Prêmio Vip de Literatura.
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Diurnos
PoetryQuanta coragem é preciso para estar sob o Sol? Diurnos é uma antologia poética baseada em capítulos intitulados "Sóis" onde cada um dos poetas e poetisas nos trazem diferentes perspectivas com poemas que remetam a revelações de emoções e sentimentos...