Victor
Eu e Tainá estávamos exaustos no sofá da minha casa depois de fazer o longo trabalho da professora insuportável, tinha que ser.
Como ela nos expulsou da sala naquela hora, a gente veio logo fazer o trabalho.
Tainá - ainda são 14:32 você não vai querer comer nem fazer mais nada?? - perguntou olhando pra mim
Victor - sei lá, tanto faz pra mim - falei e ela se levantou
Taina - sem essa de tanto faz, a gente vai em uma sorveteria agora, não gosto de ficar parada - falou me olhando, particularmente, quando ela me olha eu fico muito sem graça, ela me faz sentir algo que eu não sei o que é.
Victor - tem a opção de não ir?? - falei com preguiça
Tainá - óbvio que não
Victor - então vamo vai - me levantei e fomos até a minha sorveteria favorita.
Andávamos um ao lado do outro conversando até lá . Eu gosto de conversar com ela, já conversámos bastante!! E sinceramente, eu não sei o que eu sinto por ela, é algo inexplicável e que acelera as batidas do meu coração.
Entramos na sorveteria que por acaso estava vazia, tinha quase ninguém.
Ela foi se sentar e eu fui pedir os sorvetes no balcão.
Como essa sorveteria é a minha favorita, eu conhecia o sorveteiro, é o senhor Joaquim, de vez em quando eu conversava com ele e falava um pouco sobre mim.Joaquim - oii meu menino, tá bem?? - ele já é de idade, mas mesmo assim continua com um sorriso no rosto e atendendo todos
Victor - oii tio, tô bem e você - falei apertando a mão dele
Joaquim - tô na base do possível, qual é o sabor de hoje??
Victor - pode mandar 2 de pistache - falei e olhei pra Tainá na mesa que estava entretida no celular
Joaquim - pelo visto hoje você está acompanhado - falou e eu corei as bochechas - é a sua namoradinha?? - meu Deus, que vergonha
Victor - não, é só uma amiga da escola - falei e ele sorriu de canto e deu as costas pra pegar os sorvetes.
Eu me sentei em frente a Tainá que me olhava pensativa
Comecei a prestar atenção na rua, que tinha um parque de crianças, todas brincando com os pais. Nesses momentos me dá uma vontade imensa de chorar. Nas reuniões, nos parques, no dia das mães e dos pais, meus pais nunca foram, nunca se mostraram presente, sempre me fizeram pensar que eu sou insuficiente, que sou feio, que sou fraco, que sou egoísta. Mas mesmo assim, nunca quis ser uma pessoa ruim, mesmo com tudo ao meu redor sendo horrível, eu só resolvi né fechar mesmo, a única coisa que eu poderia fazer.
Taina - o que foi?? - questionou percebendo eu olhando o parque e viajando em pensamentos - você quer ir lá?? - me olhou sorrindo
Victor - que nada, tenho nem idade pra isso - falei tirando o olhar do parque
Taina - vai me dizer que você nunca foi em um desses quando criança??
Victor - pior que não - falei segurando o choro.
Taina - o que?? Como assim?? Se você nunca foi você vai agora pra ver como é bom, vamo!! - falou e depois levantou e me puxou pelo braço enquanto eu negava várias e várias vezes repetidamente
Victor - não acredito nisso - falei entrando no parque com a Tainá, no fundo no fundo, eu ficava feliz por estar matando minha curiosidade, afinal até agora não sei o porquê que ela insiste tanto em mim.
Tainá - isso é mágico, como você nunca viu?? - falou e nós trocamos olhares - vamo no escorregador primeiro - ela falava me arrastando para todos os lugares pelo meu braço
Victor - a gente nem é criança mais - falei enquanto ela me arrastava para o escorregador
Tainá - nunca é tarde pra ser criança - falou me dando um sorriso que me fazia viajar, nela eu via algo que eu não via a muito tempo, ou melhor, nunca!! Eu vejo paixão nela. - eu te empurro - nem acredito, lá estava eu brincando no escorregador com 17 anos na cara, meu Deus
E eu que julgava tanto, passei a tarde toda brincando naquele parque, olhava pra frente e só via Joaquim lá na sorveteria olhando pra gente e rindo.
Primeira vez que brinquei num parque, o que os meus pais não me mostraram, ela me mostrou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
coisas do destino •| tainactor
RomanceVictor Augusto entrará em uma nova escola onde encontrará o amor de sua vida, mas irá demorar um tempo para eles finalmente poderem ficar juntos.