🏫 Escola

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~Wiliam~

Depois do meu celular todo lascado, fui procurar onde é a minha sala, já que todo ano muda de lugar.
Fui passando no corredor (bem cheio por sinal) para olhar o "Mural" que nem era um mural pra ser sincero, esse ano foi diferente, tinha um papel ao lado das portas das salas com os nomes dos alunos e a série bem gigante na porta.
Subi as escadas para procurar todos os "2° anos" que tinham, fui em direção a uma porta que tinha escrito bem grande "2° ANO A", olhei se meu nome estava na lista e por sorte, estava lá.
Percebi que o meu único "colega" estaria em outra sala já que não encontrei o nome dele na lista.
Mas tudo bem, não gostava muito dele... Talvez só um pouco... Ok, um pouquinho...

Entrei na sala, tinha umas 7/8 pessoas, não tinha nenhum professor, andei até a última carteira da segunda fileira e me sentei jogando a minha mochila em cima da mesa, peguei meu celular finalmente ligando-o, ou melhor, tentando ligar. O coitado não ligava de jeito algum, mas ele já estava bem velho mesmo, chegou a hora dele descansar.

Éh..  Agora vou ficar sem celular e sem música por um tempo, pensando no celular quebrado (e no que deixou ele assim), aquele garoto era muito agitado... e animado demais. A sala começou a ficar cheia em um piscar de olhos. Paro de pensar quando o coordenador, o Jorge, entrou na sala e disse:

—Bom dia! Por favor, desçam até o pátio, a diretora e a vice diretora querem dar um comunicado importante.

Me levantei, deixei minha bolsa na sala mesmo já que iria voltar de qualquer forma, e desci as escadas com o celular quebrado no bolso, e fui para o pátio.
Quando estava acabando de descer as escadas, vejo alguém que parecia conhecer, olhei bem e... era o garoto desastrado. Ele não me viu, estava aparentemente apressado já que estava dando passos longos e rápidos, subiu as escadas e não vi para qual direção ele foi, acho que ainda não achou a sala dele, reparei que ainda tinha a mochila nas costas. –"Não tem como ele ficar na minha sala... Né?"- "Espera... Porque eu tô pensando nisso?". Expulsei meus pensamentos e fui seguir o meu destino passado (pátio).

Chegando lá, tinha umas caixas de som, provavelmente para as diretoras falarem. Tinha muita gente e muitos murmúrios, a animação tava alta já que era o "grande primeiro dia".

Me sentei em um banco que estava vazio, peguei meu celular (mesmo que não fosse usar) colocando em cima da minha perna, e fiquei lá esperando o clichê discurso de início de ano. Depois de uns segundos, apareceu as diretoras (diretora e vice diretora). Quando elas estavam indo em direção as caixas de som e se preparando para começar o discurso, vejo a mesma figura "conhecida" entrar também, todo desastrado, procurou um lugar pra se sentar e por incrível que pareça... Só tinha um do meu lado.

                                  X

~Theo~

Não sei aonde me esconder depois dessa vergonha que passei na frente da escola e logo no meu primeiro dia de aula! É nessas horas que queria ser um avestruz pra poder enfiar a minha cabeça no chão! E ainda pra piorar a situação, quebrei o celular dele! Tem como ficar pior?! Subi as escadas e no momento me encontro perdido, tem muita gente apressada, acho que estão procurando suas salas. Como não sei onde fica a minha sala, fui perguntar a tia da limpeza que estava provavelmente no seu horário de descanso já que estava sentada tomando um café.

—Oi, bom dia! A senhora sabe onde estão as salas dos segundos anos?

—Bom dia, são três salas, duas em cima e uma aqui em baixo. -falou com um sorriso gentil.

—Certo, muito obrigado. -retribuo o sorriso gentil.

Olhei primeiro na sala de baixo já que estava perto, e vi que tinha um papel ao lado da porta com os nomes dos alunos e infelizmente o meu não estava lá. Subi as escadas apressado porque ouvi um homem dizer que a diretora queria fazer um comunicado no pátio. Quando subi as escadas, achei as duas salas e a que eu vi primeiro, desta vez meu nome estava lá. Entrei e procurei um lugar vazio pra colocar minha mochila, a maior parte das carteiras estavam ocupadas, achei um lugar vazio na quarta carteira da primeira fileira, deixei minha mochila e desci as escadas indo para o pátio.

Na verdade eu ainda não sabia onde era o pátio, apenas segui a multidão de pessoas que estavam indo juntas na mesma direção e cheguei no pátio. Uma mulher ,acho que é a diretora, estava indo em direção a umas caixas de som e percebi que todas as pessoas ao meu redor estavam sentadas, mas pasmem... Não tinha mais lugar. A não ser um que... Pasmem de novo... Estava justo ao lado do garoto que esbarrei.
Não tinha outra opção a não ser sentar do lado dele, e foi o que eu fiz, novamente queria ser um avestruz.

—Oi... Posso me sentar aqui? -olho pra ele querendo sumir de tanta vergonha.

—Pode. -falo olhando ao redor

-"Nossa, que grosso! Nem respondeu o meu 'oi'!" —Desculpa pelo seu celular... -falo vendo que o mesmo em sua perna estava todo destroçado.

—Foi você? -finjo que não lembrava dele.

-"Como assim? Você não se lembra de mim?" —Foi sim, me desculpa novamente.. Quebrou mesmo?

—Quebrou. -fala normalmente.

-"Se eu fosse um avestruz, minha cabeça já estaria no núcleo da terra". —Meu Deus! Se você quiser eu posso pagar pelo seu celular, não sei como mais vou pagar já que é o justo e----

—Já disse que está tudo bem. -dessa vez olho para o mesmo e depois volto minha atenção para a diretora que iria começar a falar.

Salvo pelo gongo, mesmo me oferecendo pra pagar o celular dele, eu não tinha muito dinheiro pra isso, e não queria levar um problema pra casa logo no meu primeiro dia de aula.
  
         
                          Continua

My depressed (Meu depressivo)Onde histórias criam vida. Descubra agora