Capítulo 5.1

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Uma galáxia inteira em seus olhos redondos que me observam, a mistura de cores se fundindo perfeitamente. Ela continua do mesmo jeito que a vi pela primeira vez, mas com um cheiro de lavanda demonstrando que aquele dia não era um dos seus melhores. Por um acaso do destino, minha autora favorita de terror que me fez gastar dinheiro par comprar uma versão de cada país só para ler de novo suas histórias apavorantes que dominam a minha mente. Entrei para o mundo das ilustrações logo após o lançamento do primeiro terror de Live, naquela época eu não conseguia parar de desenhar monstros e as cenas impactantes descritas em pesadelos dormem ao seu lado. Quando consegui entrar para uma editora, apliquei para todas as vagas de ilustrador que haviam para chamar a atenção de alguém com poder o suficiente para me aproximar de Live, mostrar tudo que desenhei, então eu sorriria muito com os elogios dela e por fim falaria o quão fã sou de suas obras literárias, nunca realizei esse sonho e talvez nao conseguiria devido as obras de Live não possuirem ilustrações oficiais, parti para o plano B de ser editor. Implorei para finalmente ter a oportunidade de participar de um novo projeto, mas...
— Você não pode matar a protagonista no início do romance! — minha voz soa alta demais, qualquer um que escutasse automaticamente saberia que estou gritando e não falando em bom tom —
Olive me dá um olhar mortal, ponho a mão por cima da cabeça como precaução.
— Quer aprender a voar? — ela fecha seu laptop
— Por agora prefiro não aprender coisas que vão contra a física.
Ela suspira profundamente, seus pés não param de balançar.
— Nunca mais ouse levantar o tom para mim novamente — ela mexe seus dedos os entrelaçam entre uns aos outros — o que me sugere fazer?
Sua fala me pega de surpresa, não imaginei que teria uma abertura para conseguir mudar seu ponto de vista. O celular não para de vibrar com tantas mensagens que chegam, Olive ignora. Se fosse importante ou relevante, certeza que ela não estaria mais aqui e sim resolvendo seja lá o que for nas mensagens. Pego meu Tablet dando continuidade no acompanhamento da escrita dela.
— É a primeira obra de romance em que você escreve, não pode matar a protagonista e encerrar o enredo com cinquenta páginas — pego o controle da televisão procurando por algo que pudesse a ajudar —
As horas se prolongam enquanto é transmitido a série que no fundo torcia para inspirar Olive, ela em todo esse tempo não manteve muito tempo de contato visual comigo, mas a vendo vidrada na televisão me faz perceber o quanto sua beleza é impressionante. Cabelos com ondas castanhas caindo em cascatas, seus olhos bicolor em direção a tela brilhante da televisão, cílios longos que deixam seu olhar delicado. Minha mão automaticamente ganha vida, desenhando um rascunho do que minha mente se vicia. Pela primeira vez em muito tempo, meu rascunho é de uma pessoa real.

 Pela primeira vez em muito tempo, meu rascunho é de uma pessoa real

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