Capítulo 6

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Subi na moto com Pete na garupa, a sensação dos braços dele ao meu redor causava um calor confortável no meu peito. Seus dedos firmes gerando um arrepio bom e bem-vindo, as coxas flexionando para prender meus quadris e conseguir equilíbrio. Parecia demais apenas ficar com ele ali, parado em cima de uma moto prestes a dar partida, então sua voz se fez presente.

—Está tudo certo, Vegas?— Soltei o ar que segurava, o visor do capacete de Pete estava mal colocado, aproveitei para ajeitar antes de ligar a moto.

—Tudo na mais perfeita ordem. Vamos?— Quando ele concordou, abaixei o visor de meu próprio capacete e dei partida, acelerando aos poucos até sair do campus.

E aqui vão algumas dicas de segurança se você vai andar de moto com a pessoa que te deixa pd (sigla para "pau duro"):

1° Tira a carteira de motorista antes.

Esperava piadas, recebeu lacradas. Cá entre nós não sou fã do politicamente correto, mas imagina que merda você não saber o básico que é empinar a moto quando for levar seu amor para sair? Aprendi isso na autoescola junto de subornar o policial para não me levar preso.

2° Tenha em mente que quem está na garupa não é Deus, somente quem está pilotando, então vai fundo.

A estrada principal estava completamente engarrafada e iríamos chegar, provavelmente, no final da festa, então peguei uma rodovia alternativa. A luz dos postes parecia prestes a queimar, piscando e se tornando borrões à medida que aumentava a velocidade, nossos corpos batendo contra a parede de vento grossa que se formava devido a resistência do ar. A adrenalina correu em minhas veias e senti quando o aperto se tornou quase opressivo, Pete tinha força afinal. Minha mente nublou o suficiente para que a viagem tivesse parecido cinco minutos em meio a flashes do que poderíamos fazer se ele não estivesse disposto a sair com a Blan.

Estacionei no meio fio, abaixando o descanso lateral da Ducati e deixando parada, as mãos do digníssimo ainda me apertando como se eu fosse uma bolinha anti-estresse, ele que pense que não senti a espalmada que deu em meu abdômen. Retirei o capacete vermelho de minha cabeça e passei a mão nos fios escuros, minha canhota repousando nas dedos de Pete que ainda estavam sobre mim.

—Precisa de ajuda, garoto bonito?— Brinquei, girando um pouco minha cabeça pra o lado, mas foi quando olhei nas pupilas dilatadas do Saengtham que soube que alguma coisa não estava bem.— Pete?

O olhar vidrado em mim, literalmente como um cervo pego pelos faróis, a boca quase como se não houvesse sangue ali, diferente das bochechas que se encontravam num tom adorável de rosa. Ousando um pouco, coloquei minha mão sobre o rosto dele, acariciando a pele em chamas com o polegar como forma de conseguir uma atenção que já era minha. Me faltou amor paterno, ok? Preciso conseguir isso de algum lugar.

Are you okay, Pete?— Vamos combinar que apenas eu sou sexy quando misturo idiomas. É uma conclusão que cheguei após ver o Kim falando em chinês e o Tankhun gritar em coreano. Tenho total liberdade artística para ser bilíngue e achar isso lindo.

Como se despertando de um pensando intrusivo muito intrusivo mesmo, ele piscou algumas vezes e sorriu sem graça tentando disfarçar sabe-se Deus lá oque. As bochechas do Saengtham arderam como brasas e ele retirou minha mão suavemente de seu rosto.

—Tudo certo, vamos entrar? Estou ansioso para beber os drinks da Yok. Faz tanto tempo que não venho nesse bar porque fiquei com vergonha, a última vez que estive aqui o Porsche dançou pelado no balcão e isso me deu uma crise de riso tão forte que vomitei.— Argui as sobrancelhas escutando o disparo de frases soltas do moreno. Ele parecia nervoso agora, talvez porque Blan estaria ali também.

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⏰ Última atualização: Jul 22 ⏰

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