Capítulo 4

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Sexta-feira, dia em que se você abrir o Instagram vão ter mais stories com os dizeres "sextou" do que polêmica de separação de casais. Eu usava um método infalível para não terminar, eu nem começava, funciona 100% das vezes. Me levantei da cama de Tay deixando ele dormir e fui até a cozinha, colocando uma cápsula na máquina e esperando ela fazer aquela mágica satânica de fazer um café gostoso.

-Kim, acorda.-Balancei o braço do meu primo que dormia como um defunto no sofá.- Kim, caralho levanta, seu porra!- Bati nele com mais força e ele nem se mexeu. Cansado de tentar acordar ele com carinho me aproximei do ouvido daquele infeliz e sussurrei:

-Porchay tá aí na porta, ele disse que quer voltar.- E como um milagre, Kim se ergueu com o cabelo bagunçado e a respiração ofegante.

-Chay?- Certo, vocês já fizeram algo e se arrependeram quase imediatamente pensando em uma forma de pedir desculpas por ter agido de forma errada e moralmente ruim? Eu não.

-Tá com o Macau, levanta que você tem que ir no estúdio hoje.- Por alguns instantes eu temi minha segurança pessoal com o olhar assassino que Kim me enviou. Fui discretamente caminhando até a cozinha e mantendo ele sob meu olhar.

-Vegas, além de arrombado, nojento, diabólico, demônio, cretino, imbecil, acéfalo, mentecapto, energúmeno, jumento bípede, mistura de mal com atraso e pitadas de psicopatia, você é o quê?- Entreabri os lábios chocado com tamanha agressividade matinal. Quem acorda assim?

-Eu venho te ajudar todo solícito, de bom coração e amor ao próximo e é assim que você me agradece, seu mal amado?- E antes que ocorresse um homicídio na cozinha, Tay apareceu com a cara confusa de sono e uma blusa larga caindo pelos ombros que claramente não era dele.

-O que está acontecendo na minha casa?- Questionou, bocejando depois, ele parecia uma confusão com os cabelos bagunçados e a carinha inchada.

-Kim está sendo agressivo comigo enquanto eu perguntava se ele queria uma xícara de café.- Mostrei o café pronto que deixei na máquina e fiz meu melhor semblante de culpado. Tay se virou para Kim com uma sobrancelha erguida.

-E se você fosse gente, Vegas, quem seria?- Ignorei a pergunta de meu querido primo e me sentei na banquinho, apoiando os braços no balcão e bebendo um gole do café hiper doce que Tay mantinha estocado.

-Vamos hoje na Yok? Eu vi em um dos posts no twitter que o tema seria Preto e Branco.- Tay disse se sentando ao meu lado e roubando minha xícara. Folgado.

-Você quer ir na Yok por causa da festa ou do Time?- Perguntei olhando profundamente para o loiro que se negou a retribuir o olhar continuando a beber o café. Movi a cabeça para Kim vendo ele digitar furiosamente no smartphone.- O que está fazendo, Kim?

-Estou pesquisando no Trivago boas opções de hotéis pra te mandar pra puta que pariu.- Resmungou obviamente bravo.

-Eita pra ele, não tem Buda no coração não?- Tay ria de todo circo armado em plenas sete da matina na cozinha dele. Sabia que isso o distraía por alguns momentos e ajudava a não se martirizar em pensamento.

-A porra do estúdio cancelou a gravação e só vai abrir pela parte da tarde.- Meu primo mais novo se jogou de volta no sofá colocando os braços sobre os olhos.

-Isso deveria ser um problema grande?- Questionou Tay se arrependendo no minuto seguinte após receber um dos olhares mortais do Theerapanyakul mais novo.

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