#2 Batman e Robin: Vitória Sombria

Capítulo 9: Relações Perigosas

Após a saída de Gordon, Bruce trocou suas vestes e foi até sua garagem, onde havia uma grande coleção de carros. Escolheu seu Mazda RX7 na cor branca e partiu para Wayne Enterprises.

Porto de Gotham:

Próximo às docas, um barco atracava, trazendo baús com armas e drogas. Harvey Bullock vistoria as cargas que eram descarregadas em um caminhão por trabalhadores clandestinos enquanto fumava um cigarro.

- Sal Maroni manda seus cumprimentos - diz o piloto do barco, entregando-lhe uma maleta com dinheiro. Bullock a pega.

- Não vai conferir? - questiona o homem.

- Sal é um homem de palavra - diz Bullock, dando uma tragada. - Vão embora.

- Muito obrigado, Sr. Bullock - diz o homem, apertando sua mão e voltando para o barco.

- O prazer é todo meu - diz Bullock, mas limpa a mão em sua calça quando o homem lhe dá as costas. - Escória - resmunga ele.

Wayne Enterprises:

Bruce adentra no enorme prédio da empresa, onde é recebido pela recepcionista, que se levanta:

- Boa tarde, Sr. Wayne! Como posso ajudá-lo hoje?

- Sem formalidades, Emily - diz Bruce, sorrindo galanteador. - O Ed está?

- Ele acabou de sair, Sr. Bruce, mas acredito que voltará em breve.

- Aguardarei em seu escritório - diz ele, saindo. - E, Emily, pode avisar ao Lucius que estou aqui? Diga a ele que me espere, estarei lá em pouco tempo.

- É para já, Bruce.

Bruce pega o elevador e vai até a sala de Ed Chambers. Está trancada, mas com um alfinete que Bruce tira do bolso, logo consegue abri-la.

A sala é enorme, há cabeças de animais empalhados penduradas nas paredes, assim como um grande tapete no chão. Bruce caminha pela sala, vasculhando-a sem encontrar nada. Ele coloca um dispositivo de grampo no telefone do escritório e sai da sala, trancando-a novamente.

- Ed não está, Sr. Wayne.

- Eu percebi, Alan - responde ele, girando a maçaneta com um sorriso. - Trancada. Pode avisar a ele que estive aqui?

- Certamente, Sr.

- Obrigado - diz Bruce, encaminhando-se novamente ao elevador, sob olhares desconfiados de Alan.

Centro de Gotham:

Gordon estaciona seu carro em frente a sua casa. Ele entra, mas está silenciosa.

- Barbara? - chama ele, obtendo apenas um "shhhh" como resposta.

Ela desce as escadas, quase sussurrando:

- O pequeno Jim está dormindo, lutou bravamente contra o sono.

Gordon sorri, mas é um sorriso cansado.

- Está tudo bem? - pergunta ele.

- Está - responde sua esposa, dando-lhe as costas. - Tem comida na geladeira, se quiser, preciso de um banho.

Gordon suspira.

- Quanto a Barbara?

- Está na escola - responde ela, fechando a porta do banheiro.

Gordon sobe até o quarto de seu filho. Nas escadas, observa fotografias de família, dele e de sua esposa, e de uma pequena Barbara em seus braços. Ele entra no quarto e observa o pequeno Jim dormindo em seu berço, questionando-se se está fazendo a coisa certa, se haverá um momento onde poderá reparar o tempo perdido.

Wayne Enterprises:

Bruce chega ao subsolo da empresa, na divisão de tecnologia comandada por Lucius Fox.

- Lucius! Já faz algum tempo! - diz Bruce erguendo os braços, abraçando Lucius.

- É verdade, Bruce. Suas atividades como vigilante estão tomando muito do seu tempo. Dez anos. Lembro-me como se fosse hoje quando você passou por aquela porta me pedindo equipamentos para esqui.

Bruce sorri.

- É claro que não demorou muito para que eu ligasse os pontos, quando aquele morcego gigante surgiu usando meus equipamentos.

- E você tem sido um ótimo amigo desde então - diz Bruce. - Obrigado por isso, Lucius.

- Como posso ajudá-lo hoje, Sr. Wayne?

- Preciso de um favor seu, Lucius. Entre nós dois.

- Como de costume - responde Lucius - Diga-me como posso ajudar.

- Preciso que investigue o Ed para mim. Suas contas bancárias, finanças, tudo que ele estiver envolvido.

- Estamos com problemas?

- Espero que não - responde Bruce. - Só preciso ter certeza.

- Como desejar - responde Lucius.

- Quanto ao dispositivo de visão termal... Está pronto?

- Ainda há alguns ajustes a serem feitos - responde Lucius, mostrando-o para Bruce.

- Posso levá-lo? Verei o que posso fazer.

- É claro que sim - respondeu Lucius. - Afinal, tudo aqui pertence a você.

Lucius guarda-o em uma maleta e entrega-o a Bruce.

- Obrigado novamente, Lucius, entrarei em contato em breve.

- Não se torne um desconhecido - diz Lucius enquanto Bruce caminha para fora da divisão.