Capítulo 4: São Dumas

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Dick Grayson estava prestando exames, entretanto sua mente divagava sobre os mistérios por trás da morte do reverendo Sinclair. Ele entregou as provas antes do horário previsto, tendo finalizado-as rapidamente.

- Posso ir até a biblioteca? - questionou Dick à professora.

Ela checou seu relógio.

- Você está adiantado, Dick Grayson. Retorne para sua carteira e aguarde até o horário de largada.

Dick retornou à sua carteira e abaixou a cabeça. Estava com raiva, mas tentou não transparecer.

Ao toque do sino, a maioria dos alunos ainda estava com suas provas, inclusive Bárbara Gordon.

- Os que já terminaram, podem ir - disse a professora. Aos restantes, trinta minutos.

Dick acenou para Bárbara com a cabeça e foi até a biblioteca. Ele começou a pesquisar fundo sobre os cavaleiros templários e a ordem de São Dumas. Acabou descobrindo um pouco mais sobre quem foi São Dumas e seus ensinamentos, sobre como a ordem manipulou alguns acontecimentos importantes no mundo naquela época, inclusive o financiamento para as pesquisas dos alquimistas. Entretanto, tudo parecia acabar por ali. Não havia mais informações. Dick continuava a procurar.

- Você não cansa de estudar? - disse Bárbara Gordon, que agora estava ao seu lado. Dick fechou o livro abruptamente.

- Você tem razão - ele disse, devolvendo o livro à estante.

- Sobre o que você estava pesquisando?

- Ah, não é nada... Apenas fiquei interessado no assunto de ontem, cavaleiros templários. Queria dar uma checada antes das provas finais.

Bárbara sorriu. Ela o admirava, mas Dick parecia estar sempre distante, principalmente nos últimos dias.

- Que tal irmos ao cinema? - ele disse - Posso pedir ao Alfred para nos levar.

- Talvez seja uma boa ideia, mas eu tenho que falar com minha mãe. Meus pais começam a surtar se eu passar 30 minutos a mais na rua sem avisá-los.

- Podemos passar lá, sem problemas.

No pátio, ambos aguardavam até a chegada de Alfred.

- Olá, Srta. Gordon. Como vai você?

- Bem, Alfred. E você?

- Muitíssimo bem, obrigado.

- Alfred - falou Dick - poderia nos levar ao cinema?

- Certamente, Patrão Dick.

- Mas antes, precisamos ir até a casa da Bárbara, para que ela possa avisar a seus pais.

- Tudo bem - respondeu Alfred dando partida.

Eles chegaram até a porta e Bárbara foi até em casa.

- Não demoro, rapazes. Volto logo.

- Quer que eu vá com você? - perguntou Dick.

- Não, está tudo bem. Serei rápida.

Bárbara se distanciou e Alfred quebrou o silêncio.

- Acho que ela gosta de você, Patrão Dick.

- É claro, somos amigos - respondeu Dick inocentemente.

- Não foi isso que eu quis dizer, patrão. A forma que ela te olha e age quando estão juntos. Ela me parece uma boa garota, talvez seja algo a se pensar.

Dick riu.

- Claro que não, Alfred. Somos amigos.

- Se você insiste.

Bárbara entrou em casa. Sua mãe estava cuidando de seu irmão mais novo, Jim Jr.

- O papai está?

- No trabalho, de novo - disse sua mãe impaciente enquanto tentava ninar o garoto. - Tem janta na geladeira.

- Na realidade, mãe, eu gostaria de saber se posso ir ao cinema com o Dick.

Barbara Kean parecia relutante.

- O Alfred vai nos levar e nos deixar em casa, por favor, mãe.

- Tudo bem - ela cedeu, e Bárbara foi até o seu quarto para trocar de roupas.

No carro, Alfred e Dick conversavam.

- Bruce retornou?

- Ainda não. Entrei em contato com ele mais cedo e ele disse que estava vigiando a Senhorita Vreeland. Entretanto, me mandou uma lista de pessoas influentes para que eu investigasse.

- Compreendo... Eu estava na biblioteca mais cedo, pesquisando sobre a Ordem de São Dumas. É loucura, Alfred... Após se desvincularem dos templários, eles se nomearam Ordem de São Dumas em homenagem ao líder deles, que acreditavam ser um verdadeiro santo... Eles se desentenderam com os templários e acabaram guerreando entre si, saquearam boa parte das riquezas da igreja, assim como espólios da guerra e passaram a agir por conta própria, a última vez que ouviram falar deles foi no século 15. Não tem como eles terem sobrevivido tanto tempo, com ideias tão extremistas.

- Você ficaria surpreso, Patrão Dick, com a quantidade de pessoas que devem pensar da mesma forma. Quantos vilões já enfrentamos com ideais peculiares? Quantos já ameaçaram a humanidade com ideias intolerantes e tiveram suas causas apoiadas? O mundo está de cabeça para baixo, o ataque a Metropolis, Superman. São nesses momentos de fraqueza que o mal encontra oportunidade para agir. Precisamos estar em vigilância constante.

Antes que pudessem prosseguir na conversa, Bárbara interrompeu, entrando no carro.

- Podemos ir - Disse ela.

- Não irá trocar de roupas, Senhor Dick?

- Tudo bem, Alfred. Irei assim mesmo.

Alfred os deixou na entrada do cinema.

- Estarei aqui para apanhá-los na saída. Avisem-me quando o filme estiver próximo do fim - pediu Alfred.

De repente, o telefone tocou.

- Ah, oi, Bruce. Estou levando o jovem Dick e a Senhorita Gordon ao cinema... Sim... Compreendo... Estarei lá dentro de dez minutos.

- Algum problema? - perguntou Dick, preocupado.

- Aproveitem a noite, e lembre-se de me avisar - disse Alfred fechando os vidros e partindo na noite.

- Ele é ótimo, não é? - questionou Bárbara.

- É sim... - respondeu Dick, mas, mais uma vez, sua mente estava em outro lugar. O Batsinal reluzia sob os céus de Gotham, mas agora não havia o que fazer, só aproveitar a noite, como sugerira Alfred.

#2 Batman e Robin: Vitória SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora