Capítulo 16: Linhas Cruzadas

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O Batmóvel adentra na Batcaverna, e Batman sai com o apoio de Robin. Alfred intervém imediatamente, visivelmente preocupado.

— Minha nossa! Vocês estão bem? — diz ele, correndo para apoiar o braço esquerdo de Bruce em seu ombro.

— Está tudo bem, Alfred — responde Batman, enquanto juntos caminham até uma maca onde Batman se senta.

— Faixa — pede ele, e Robin rapidamente passa para ele — Morfina, Alfred. A noite ainda não acabou.

— Mas, senhor... — Alfred começa, preocupado.

Bruce estende a mão, sem dizer nada, e Alfred lhe passa uma seringa. Batman injeta a morfina na própria perna, depois coloca uma nova camada impenetrável de Kevlar para cobrir a área ferida. Levanta-se um pouco manco, mas mantendo-se firme.

— Para onde você... — começa Robin, confuso.

— Nós vamos — interrompe Batman — temos assuntos a tratar com Salvatore Maroni.

— Tenho algo que pode ajudar — diz Alfred, pegando novas máscaras para ambos — finalmente consegui implementar as lentes termais. Estão funcionando cem por cento.

Batman e Robin trocam de máscaras e ativam as lentes. Robin, impressionado, percebe quantos morcegos realmente há na escuridão da caverna.

— Isso é demais, Alfred! — diz ele animado.

— Obrigado, Alfred — agradece Batman, apertando a mão dele.

— Apenas tomem cuidado — pede Alfred, com uma expressão preocupada.

A dupla dinâmica caminha até o Batmóvel, quando Batman joga a chave para Robin.

— É sério?

— Veremos como se sai — responde Batman com um sorriso.

Robin desliza pelo Batmóvel, animado.

— Prometo que não vou desapontar — diz ele, e o Batmóvel parte em disparada para Gotham novamente.

Centro de Gotham:

Em sua casa, Gordon tomava uma xícara de café na cozinha, tentando conter as lágrimas. As memórias com seu parceiro vinham em enxurradas. Eles o chamaram de corrupto, mas Gordon não se importava com isso agora. Acima de qualquer coisa, acabara de perder um amigo.**

Sua filha, Bárbara, entra na cozinha, sonolenta. Gordon tenta enxugar as lágrimas rapidamente e esboçar um sorriso para ela.

— Pai! — diz ela, sorrindo e correndo para um abraço — você está bem? — pergunta ao ver seus olhos inchados e vermelhos — aconteceu alguma coisa?

— Está tudo bem, Barbara — diz ele, abraçando-a. Sentia que o mundo realmente não importava quando a abraçava. — Eu só estou cansado.

— Vai passar a noite? — pergunta ela, esperançosa.

— Amanhã, talvez — responde ele — mas fique comigo mais um tempo, vamos conversar um pouco.

Gotham City:

O Batmóvel chega aos limites de Gotham, onde fica a mansão de Maroni.

— Você vai — diz Batman — Eu te ajudo daqui.

Robin o olha surpreso, mas não responde. Batman sabia que estava agradecido.

Robin ativa as lentes termais e adentra no terreno de Maroni, desviando-se dos seguranças e deixando alguns desacordados pelo caminho, sem chamar atenção alguma. Ele chega ao escritório de Maroni, que está sentado, apreciando um charuto.

— Salvatore Maroni — diz Robin, fazendo com que o homem se vire num pulo — precisamos conversar.

Maroni é um homem de meia idade, líder dos Maroni, uma família italiana que há anos se sustentava com o crime em Gotham. Uma erva daninha que parecia impossível de ser extirpada.

Ele tenta se aproximar da mesa para acionar o alarme, mas Robin joga um batarangue aos pés dele que o faz parar no caminho.

— Não faria isso se fosse você — adverte Robin.

— Você está causando bastante problemas, garoto. Acha que vai se safar dessa?

— Sim, eu vou — responde Robin com desdém. — Harvey Bullock está morto e você é o próximo alvo da Ordem, Maroni. Podemos te proteger.

— O Batman também está aqui? — pergunta Maroni, olhando ao redor.

— Não tenha dúvidas disso — responde Robin.

— E o que você quer? — pergunta Maroni.

— Eu quero Zucco.

— Zucco é meu sobrinho, eu não posso te entregar ele.

— Tudo bem, então você fica com o Batman — diz Robin, dando-lhe as costas — ou quem sabe com a Ordem de São Dumas.

— O que esse idiota fez dessa vez?

— Isso importa? Eu tenho assuntos para tratar com ele, e meu tempo está se esgotando. Se não tem nada a dizer, não espere que o Batman seja tão complacente quanto eu.

— Tudo bem! Tudo bem! Eu lhe concedi um apartamento na Avenida Avalon — diz Maroni — Mas ele estará esperando. Ele já sabe que você está atrás dele. Eu fiz minha parte, agora espero que cumpram com sua palavra.

Robin lhe dá as costas e retorna ao Batman, no Batmóvel.

— Bom trabalho — elogia Batman, enquanto se dirigem ao local de Zucco. O Batsinal reluz nos céus de Gotham.

— Preciso ir até lá — diz Batman — continue seu caminho e tenha cuidado.

— Tem certeza disso?

— Absoluta — diz Batman — está na hora de provar o seu valor.

De repente, o Batmóvel se divide em duas motos, e ambos seguem seus caminhos.

#2 Batman e Robin: Vitória SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora