Gabriella
Levanta a mão quem já passou por essa situação: você sai com um cara, a noite é agradável, vocês conversam, riem e até parece que há uma conexão. No dia seguinte, ele manda uma mensagem dizendo que adorou, que foi ótimo, e sugere que vocês repitam a dose. Você fica animada, achando que pode ser o começo de algo interessante, mas aí o tempo passa e nada de ele mandar outra mensagem. Você espera, se questiona, e então percebe que ele te bloqueou. A vida segue, você tenta esquecer, se ocupa com outras coisas, mas depois de um tempo, ele reaparece, como se nada tivesse acontecido, e você, por algum motivo que nem você mesma entende, decide dar outra chance. E adivinhe? A história se repete.
Agora, imagine essa cena: você está indo para o trabalho, em um dia comum, no metrô de São Paulo, na linha amarela. O vagão está cheio, como sempre, e você se perde em seus pensamentos enquanto as estações vão passando. De repente, você olha para o outro lado do vagão e lá está ele, o cara que te fez passar por tudo isso, só que desta vez ele está beijando outra garota. Naquele momento, é como se alguém tivesse dado um tiro no seu coração. A dor é real, e você sente um nó na garganta, uma vontade imensa de chorar. Mas aí, você se lembra que está indo para o estágio e que precisa manter a compostura. Então, você engole o choro, foca na estação que está chegando e continua sua viagem, tentando, mais uma vez, seguir em frente.
Se você levantou a mão, eu te entendo, de verdade. É uma situação bem específica e dolorosa, mas, infelizmente, acontece com mais frequência do que gostaríamos de admitir.
Agora, estou na estação da Luz, aquele ponto de encontro onde a cidade parece se misturar, e estou a caminho de encontrar minha melhor amiga, a Bia. Uma das coisas que fazem dela minha melhor amiga é a sua capacidade de entender o que estou sentindo sem que eu precise dizer uma palavra. Bia sabe que algo está errado só de olhar para mim, mas também sabe respeitar meu tempo. Quando eu estiver pronta, vou contar tudo, e ela estará lá, pronta para ouvir cada detalhe, sem julgar.
Eu a vejo à distância, na linha azul, com seus fones de ouvido, completamente imersa na música. Pelo jeito que ela está se movendo, só pode ser Taylor Swift. Coloco um sorriso no rosto e caminho até ela, tentando deixar para trás o que aconteceu no metrô.
-E aí, fia? – eu a cumprimento com o carinho de sempre.
-E aí – ela responde com um sorriso que é quase um reflexo do meu.
-Mais um dia? – ela pergunta, sabendo que as entrelinhas da pergunta são mais profundas do que parecem.
-Sim – respondo, sem querer entrar em detalhes agora. – Amanhã você vai na festa junina da faculdade?
Eu tinha esquecido completamente da festa junina, mas a Bia não.
-Onde vai ser? – pergunto, tentando soar interessada.
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historias de são Paulo
Любовные романыuma grupo de garotas todas recém solteiras e um garoto tentando viver a vida em são Paulo. uma historia cheia de emoções