historias de são Paulo

Capítulo 4

Carol

Os "SOS vermelhos" indicam algo grave envolvendo alguém próximo. A minha teoria é que o aviso pode estar relacionado ao namorado da Bia, mas é apenas um pressentimento. Só podemos enviar um SOS quando a pessoa envolvida é muito próxima, como um irmão, namorado ou pai, e todos na casa devem estar presentes para que o alerta seja enviado. Isso porque precisamos garantir que quem enviou o SOS também esteja em um local seguro.

Acordei com uma dor de cabeça intensa após a noite cheia de álcool. A Gabi está demorando muito para preparar o café, e a Raquel está estranhamente silenciosa, não mencionou nada sobre o SOS. Isso me leva a duas conclusões: ou ela chegou à mesma conclusão que eu, ou está tão envolvida em seus pensamentos que se esqueceu de compartilhar.— Ei, você sabe que pode falar, né? — pergunto para Raquel enquanto estamos no quarto da Gabi, que está arrumando a cama após algumas horas de sono.

Raquel para o que está fazendo, senta na cama e diz:

— Eu estava pensando em quem poderia ser... E acho que é o Kaio. Sei que pode parecer loucura, mas é um pressentimento.

— Eu também estou com essa sensação — respondo, sentada no puf e olhando ao redor. Me pergunto por que a Gabi tem tantas coisas no quarto. Ela possui duas estantes, uma pequena perto dos livros e outra maior perto da porta. Ao lado dessa estante há uma mesa com computador, notebook, tablet, Kindle, além do puf e de uma guitarra. Para que toda essa tralha?

Nesse momento, Gabi entra no quarto carregando uma bandeja com três xícaras:

— Está pronto. Esse é para você e esse é para você — diz, entregando as xícaras a Raquel e a mim. — E quanto ao pão, se tiver algum problema, saiba que a cozinheira do grupo é a Raquel. Então, não adianta reclamar.

— Está ótimo, mas o café está bom — digo após tomar um gole. — O que vamos fazer depois da academia?

— Academia? — Gabi pergunta, visivelmente surpresa. — Eu deixo você dormir na minha cama e você quer me levar para a academia?

— Exatamente, é para compensar a hospitalidade e ver se você anima um pouco — respondo. Raquel dá uma risada sincera e decide se envolver na conversa:

— Isso mesmo, Gabi. Você merece um pouco de exercício. Assim, você também explica o que aconteceu para estar tão estranha — diz Raquel, apontando a xícara para Gabi.

— Não tem nada para explicar — tenta Gabi, tentando parecer tranquila.

— Tem sim, e você vai contar, por bem ou por mal — faço uma leve ameaça enquanto como o meu pão, que está delicioso, embora não se compare ao pão na chapa que eu costumava comer.

— Se ela não falar, a gente pressiona a ruiva — sugere Raquel.

— Isso mesmo, vamos colocar pressão. Ela vai acabar contando — digo, fazendo uma pausa dramática. — Com você, Gabi.

Na academia, Gabi finalmente revela tudo o que aconteceu.

— Eu acho que ele é um babaca disfarçado de bom moço — comento após ouvir a história completa.

— Você deveria procurar o perfil dela no Instagram — sugere Raquel, tomando um gole de café. — Converse com ela como se não quisesse nada, vire amiga dela e, depois, conte toda a verdade. Ela vai dar um fora nele, e quando ele vier correndo atrás de você, será sua vez de dar um fora. No final, você ganha uma amiga e ainda se vinga. Só não coloque isso na nossa frente, ok?

— Vou esperar para ver se realmente sai algo bom disso — diz Gabi, parando a esteira. — E outra, não dá para procurar o perfil dela.

— Por que não? — pergunta Raquel, também parando.

— Porque ele parou de seguir ela e retirou a solicitação para ver o perfil dela. Ela também parou de segui-lo. Já está bom assim — explico, indo em direção ao banheiro.

— Então vamos logo tomar um banho. Precisamos comer e ainda passar no mercado antes de ir à casa da Bia — diz Gabi. Raquel bufa, mas acaba nos acompanhando.

mas eu capitulo

desculpa a demora  

beijos, Dany