𝘌𝘤𝘰𝘴 𝘥𝘰 𝘱𝘢𝘴𝘴𝘢𝘥𝘰

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V

Naquela noite, depois de um dia mais chato que todos os de costume, ainda mais com Aquiles falando na minha cabeça, caí no sono rapidamente, exausto pelo dia cheio de conflitos e emoções

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Naquela noite, depois de um dia mais chato que todos os de costume, ainda mais com Aquiles falando na minha cabeça, caí no sono rapidamente, exausto pelo dia cheio de conflitos e emoções. O sono, no entanto, não me trouxe a paz que eu esperava. Em vez disso, fui lançado em um sonho estranho e vívido.

Estava correndo por um vasto campo de flores amarelas, o vento fresco soprando em meu rosto. As flores se estendiam até onde a vista alcançava, balançando suavemente ao ritmo da brisa. O sol brilhava intensamente no céu azul, enchendo o cenário de uma luz dourada.

Olhei para baixo e percebi que estava descalço, sentindo a terra macia e aveludada sob meus pés. Minhas roupas eram incomuns, uma túnica branca simples, e uma faixa de couro ao redor da cintura. O tecido leve e solto permitia que eu me movesse livremente, mas a sensação era estranhamente familiar, como se eu já tivesse usado aquelas roupas antes.

Continuei correndo, sem um destino claro em mente, apenas sentindo uma urgência inexplicável para seguir em frente. O campo de flores parecia infinito, mas não me importava. Havia uma sensação de liberdade, uma ausência de preocupações que eu raramente experimentava na vida desperta.

De repente, ouvi uma voz ao longe, chamando meu nome. Virei-me rapidamente, tentando localizar a origem do som, mas não vi ninguém. A voz parecia ecoar pelo campo, suave e distante, mas carregada de uma emoção que me deixou inquieto.

—Patroclo...

Acordei com um sobressalto, meu coração batendo acelerado. O quarto estava escuro, as primeiras luzes da manhã ainda não tinham surgido. Sentei-me na cama, tentando acalmar minha respiração e entender o que aquele sonho significava.

— Foi só um sonho, murmurei para mim mesmo, passando a mão pelo rosto. — Apenas um sonho.

Levantei-me e comecei minha rotina matinal, tentando afastar a estranheza do sonho. Enquanto me arrumava para a escola, uma sensação de desconforto persistia, como se algo importante estivesse à beira da minha consciência, mas fora de alcance.

Quando cheguei à escola, notei imediatamente que Aquiles estava mais distante do que de costume. Ele não veio me cumprimentar como antes, mas mantinha-se ocupado com Dani e seus outros amigos. Não pude evitar sentir uma pontada de alívio misturada com uma estranha decepção.

Entrei na sala de aula e me dirigi ao meu lugar habitual, no fundo da sala. Abri meu caderno de desenhos e comecei a rabiscar sem pensar, tentando focar minha mente em algo familiar e tranquilizador.

Pouco depois, Dandara entrou na sala. Notei que ela lançou um olhar rápido na direção de Aquiles antes de se sentar ao lado de Dani. Havia algo diferente na maneira como ela o olhava, uma espécie de dureza que não tinha visto antes.

Durante a aula, a professora falava sobre literatura clássica, mas minha mente vagava, ainda presa nas imagens do sonho. A voz dela tornou-se um murmúrio distante enquanto meus pensamentos voltavam ao campo de flores amarelas.

No intervalo, sentei-me em meu lugar habitual no pátio, afastado da maioria dos alunos. Estava perdido em meus pensamentos quando Aquiles apareceu ao meu lado, uma expressão curiosa no rosto.

— Oi, Patroclo, ele disse, tentando iniciar uma conversa. — Tudo bem com você?

Levantei os olhos do meu caderno de desenhos e olhei para ele. —Estou bem, respondi secamente. — Por que você pergunta?

Aquiles deu de ombros, visivelmente desconcertado pela minha resposta ríspida. — Não sei, só queria ver como você está. Não nos falamos muito hoje.

— Estou ocupado, falei, voltando minha atenção para o caderno. — Tenho coisas para fazer.

Ele hesitou por um momento, parecendo procurar as palavras certas. — Se precisar de alguma coisa, estou aqui, ok?

— Obrigado, mas estou bem, respondi, encerrando a conversa.

Aquiles permaneceu ali por mais alguns segundos, antes de se levantar e voltar para seus amigos. Observei enquanto ele se juntava a Dani e Dandara. Notei que Dandara continuava a olhá-lo de maneira dura, quase como se estivesse desaprovando algo sobre ele.

O restante do dia passou em um borrão de aulas e atividades, minha mente dividida entre o sonho e a realidade. Quando a escola finalmente terminou, fui para casa, ainda sentindo a inquietação persistente do sonho.

À noite, deitado na cama, pensei sobre o dia e o comportamento estranho de Dandara. Havia algo mais acontecendo ali, algo que eu não conseguia compreender completamente. Mas, por enquanto, só podia esperar que o sono trouxesse alguma clareza. Fechei os olhos, esperando que os sonhos desta noite fossem menos perturbadores.

𝒜𝑙𝑚𝑎𝑠 𝑔𝑒̂𝑚𝑒𝑎𝑠 「❀」 . .⃗ ༉Onde histórias criam vida. Descubra agora