I Reincarnated as the Villain in an Eroge - BL

Capítulo 75

Confuso, olhei para Luca e ele olhou para mim como se estivesse se perguntando exatamente a mesma coisa.

Orobas riu. Talvez porque ele achou fofa a visão de nossos rostos confusos.

"Quando um demônio morre, ele deixa para trás não apenas uma pedra de mana, mas também um cristal. A adaga que foi feita daquele cristal foi, nos últimos mil anos, emprestada apenas a um único humano em quem eu estava interessado."

"...Eu não vou te dar Zagan, ok?" Luca puxou minha cintura, me distanciando de Orobas, e chegou ao ponto de cobrir minha cabeça para me esconder de sua linha de visão.

Embora a única coisa que eu pudesse ver fosse o peito de Luca, ouvi algumas risadas tensas.

"A única pessoa a quem emprestei foi Lyle-sama. Ele era um pirralho e sempre causava problemas para as pessoas ao seu redor quando era jovem. Eu nunca soube em que tipo de problema ele se meteria se eu o deixasse sozinho. Foi isso que me atraiu nele e foi por isso que decidi servi-lo como seu mordomo."

Então, em outras palavras, o Pai e o demônio Zagan tinham personalidades semelhantes, e é por isso que ele se interessou por ele. Luca mencionou isso antes – que Orobas tinha alguns sentimentos incomuns em relação ao pai.

"No entanto, foi decidido que Zagan-dono teria que deixar a mansão enquanto ainda era jovem. A Grande Floresta é domínio de Lune, então você, descendente dela, deve ter se sentido confortável dentro dela; no entanto, ainda era perigoso. Então eu discuti isso com Lyle-sama e ele te deu a adaga."

A mesma adaga que estava amarrada em meu quadril até agora. Foi algo que meu pai me deu quando saí da mansão. Ele me disse que era uma adaga excelente que aumentava significativamente as habilidades de luta e que ele a usava desde jovem. Essa adaga foi o que me manteve vivo dentro da Grande Floresta. Foi o que me permitiu crescer e me tornar tão forte.

Entendo agora. Então era algo que pertencia a Orobas? E ainda por cima, era uma lembrança do demônio Zagan.

"Devo devolvê-la?"

"Não. Lyle-sama não sabia que era uma lembrança em primeiro lugar, e como já se passaram mil anos, não me importo de entregá-la a outros. Você pode mantê-la. Vou continuar segurando sua pedra de mana. Então, por favor, Zagan-dono, continue usando-a sem preocupações."

"Eu entendo. Quando outros cem anos se passarem e eu não puder mais usá-la, devolverei a adaga para você", respondi, espiando por trás do ombro de Luca, e os olhos de Orobas se suavizaram em um sorriso.

Ele parecia um pouco confuso, mas feliz. Era incomum ver uma expressão tão desnorteada no rosto de Orobas.

Vendo Orobas assim, Luca voltou à sua posição original – me abraçando por trás.

Pelo canto do olho pude ver as duas lanternas balançando em seus tentáculos e, por algum motivo, o coração de Luca também ficou abalado.

Eu podia sentir a felicidade misturada com a ansiedade emanando do corpo dele que tocava o meu.

Ele estava feliz porque passaríamos os próximos cem anos juntos, mas por que ele estava ansioso?

Enquanto eu estava pensando se deveria ou não perguntar a ele sobre isso, o olhar de Orobas caiu para o chão abaixo de nós. Embora ainda não fosse a hora, a lanterna de alguém escorregou de suas mãos e a pequena luz tremulou enquanto flutuava no céu.

"Eu... gosto deles. Aqueles humanos cujas vidas brilham intensamente. Que tentam viver tão desesperadamente, apesar de quão passageira sua vida possa ser."

Ding. O som de um sino soou. Estava na hora.

Noel e as outras, que estavam um pouco afastadas de nós, já haviam acendido suas lanternas antecipando esse momento e as soltaram assim que o sino tocou. Havia consideravelmente mais lanternas do que pessoas – dava para sentir a personalidade ousada da duquesa Charmant pela forma como ela preparou para que fosse assim.