Luca POV 9 - Parte 2

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**Aviso de gatilho: pensamentos e ações suicidas**

"...., ..... .... Uh?"

De alguma forma, abri meus olhos. A luminosidade do mundo me cegou.

Onde eu estava? Seria este o lugar que vem após a morte?

Esse pensamento fez meu coração palpitar, mas no momento em que observei mais atentamente ao meu redor e percebi onde estava, caí de joelhos.

"Não... é mentira... Isso é uma mentira."

Eu estava no corredor que levava à sala de audiências. O mesmo corredor de sempre, sem mis ninguém por perto.

Eu tinha voltado. Era para eu ter morrido, mas agora estava vivo e de volta ao início novamente.

"Aha, ha... haha. Ha.... Por quê...? Por quê!?" Não consegui evitar gritar.

Dominado pelo desespero, golpeei o chão em frustração. Mas, como doeu, isso apenas confirmou ainda mais que eu estava vivo.

A dor do meu corpo sendo dilacerado, a sensação do sangue sendo drenado do meu corpo – eu conseguia me lembrar de tudo isso, e ainda assim... e ainda assim eu estava vivo.

"U, uu... uwa, aaaahhhh!!!" Enquanto o desespero tomava conta de mim, comecei a chorar.

Era tão, tão doloroso. As lágrimas não paravam.

Eu queria escapar. Eu queria fugir deste mundo fictício, mesmo que isso significasse ter que morrer. Mas nem isso me era permitido.

Este mundo, este ciclo, continuaria por toda a eternidade.

Por quê? Por quê eu? Por quê? Por quê? Por quê?!

Meu pai estava esperando, então eu tinha que ir, mas não conseguia fazer meu corpo se mover, não conseguia me levantar. Eu estava com dor—tanta dor—que a única coisa que eu conseguia fazer era chorar.

Não sei quanto tempo havia passado desde então, mas quando acordei, estava deitado na cama do meu quarto. Aparentemente, eu desmaiei no chão do corredor. Quando não apareci, os ministros provavelmente ficaram preocupados e saíram para me procurar, depois me carregaram até aqui.

Que patético. Não... talvez algo assim não fosse mais algo com o que eu devesse me preocupar. O ciclo reiniciaria em um ano de qualquer forma, então, não importava o que as pessoas dissessem sobre mim, elas não se lembrariam disso em um ano.

Logo depois que abri os olhos, meu pai veio me ver.

"Luca! Estou tão feliz que você acordou."

"Pai... Peço desculpas por tê-lo preocupado—ugh, ugh."

"Luca!? Você está bem?"

Só de tentar dizer aquelas palavras, senti-me tão enjoado que comecei a engasgar. A empregada que estava por perto me entregou uma bacia em pânico, para que eu não sujasse a cama, mas o cheiro de vômito me fez lacrimejar de dor. A mão do meu pai acariciando minhas costas fez com que eu quisesse chorar ainda mais.

"Você ficou doente e desmaiou. Foi por causa do miasma do Lumière?"

"Talvez tenha sido por causa das emoções negativas. Visto que Sua Alteza Luca é descendente de Soleil, não seria estranho."

Os dois ministros concluíram enquanto observavam minha luta.

Eles estavam errados, mas como eu não tinha intenção de contar a verdade a eles, não neguei suas palavras.

Comigo nesse estado, a festa de aniversário foi cancelada, e a viagem também foi adiada. Isso porque eu não conseguia mais manter a comida no meu estômago. Eu vomitava a maior parte do que comia. As pessoas ao meu redor achavam que isso também era por causa do Lumière, mas na verdade era por causa do estresse mental. Foi porque eu percebi que não importava o quanto eu lutasse, eu estava preso nesse ciclo interminável.

I Reincarnated as the Villain in an Eroge - BLOnde histórias criam vida. Descubra agora