Prólogo

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Nem todos nascem com a melhor vida de todas, alguns nascem já pensando em como se livrar dela.

Pólux é um desses por aí que nasceu querendo morrer, sua família não era das melhores, sua mãe era usuária de drogas, seus irmãos largados e nem sabia quem era seu pai, e viu tudo isso desde o primeiro segundo de vida.

Tendo menos de uma semana de vida, ele e seus irmãos foram tirados de sua mãe e levados para orfanatos, cada um em um lugar longe do outro, e sinceramente, a rivalidade entre todos era grande ao ponto de ser recomendada tal separação.

Pólux havia ido parar em um orfanato consideravelmente estranho, era bom, porém estranho e ele jamais saberia explicar exatamente o motivo, pois era muito pequeno quando foi tirado de lá.

Com três meses foi adotado por um casal composto por dois homens, ambos jovens e sonhando em formar uma família feliz, estes eram Sirius Black e Remus Lupin, as primeiras pessoas que realmente o amaram e demonstravam isso.

Vivia bem, vivia feliz, era bastante apegado a ambos e tinha até mesmo um amigo de sua idade, poucos meses mais novo, era filho do melhor amigo de seus pais.

Mas a felicidade pode durar menos do que esperamos, com um ano, seu pai Sirius foi tirado de si, havia sido preso por assassinar seu melhor amigo e a mulher dele, na época não entendia o motivo de caras estranhos entrarem em sua sala e o levarem enquanto ele gritava algo sobre não ser culpado.

Agora apenas com Remus, criou um apego extremo a ele, era seu pai, cuidou de si praticamente a vida inteira, o amava e definitivamente amava ele de volta.

Remus tentou o criar da melhor forma possível apesar da licantropia que o afetava desde tão pequeno, Pólux estava sempre o ajudando como podia assim que teve idade o suficiente para fazer algo útil.

Pólux sempre foi um garoto muito carinhoso, mesmo sendo agitado e amando aprontar também sabia ser responsável quando necessário, e quando digo "necessário", me refiro as manhãs pós lua cheia.

Remus quis buscar o filho de seus amigos, porém não o achou, procurou por dois anos mas estava cada vez mais longe e sabia disso, a Licantropia o obrigava a se mudar cada vez que algum vizinho vinha em sua casa reclamar de sons estranhos vindo de sua casa.

Pólux cresceu consideravelmente normal, ao menos Remus fazia o máximo para ele crescer assim, o colocando em escolas trouxas (mesmo que vivesse mudando de uma para outra), Pólux nunca reclamou disso, sabia que era difícil para o pai e fazia o máximo para garantir a ele que estava feliz com a forma que vivia.

A primeira manifestação de magia do garoto foi quando ele tinha dez anos, quando um outro garoto de outra turma na escola estava o zoando por ser adotado, o que fez com que Pólux o fizesse flutuar e parar no telhado da escola, o garoto tinha pânico de altura e Pólux descobriu isso naquele momento.

Com tudo, Remus sempre viu muito de Sirius em Pólux, Pólux amava fazer pegadinhas e praticamente morava na detenção, isso nunca mudou mesmo com a mudança de escolas, e ele nunca apresentou se sentir culpado por conta das pegadinhas, Remus ria de algumas mas ainda assim lhe dava broncas por isso.

Quando a carta de Pólux finalmente chegou a alegria e euforia se espalharam pela casa, Pólux comemorando enquanto Remus o abraçava e dizia o quão orgulhoso estava dele, o levantando nos braços e rodopiando com o mesmo, aquele dia definitivamente entrou para suas melhores memórias.

Se a chegada da carta foi motivo para alegria e ansiedade, o dia de comprar materiais foi em dobro, a única tristeza de Remus era não poder comprar tudo que o filho gostaria por conta do dinheiro, mesmo assim tentou lhe dar o melhor possível.

Cada dia mais perto era menos tempo de sono vindo de Pólux que estava tomado pela ansiedade de chegar rapidamente na escola, na última noite em casa mal piscou o olho, ficou lendo a noite inteira, leu por volta de dois livros e foi o suficiente para a noite, no táxi para a estação estava totalmente eufórico, na estação ficou totalmente agarrado ao pai por medo de se perder na multidão, estava pronto para iniciar suas aulas, mesmo com a preocupação quanto as luas cheias que Remus passaria só, mas o homem lhe garantiu que poderia ficar tranquilo.

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