Maya Garcia e Giovanna Torres são advogadas rivais que se odeiam. Faíscas escapam de ambas em todas as audiências em que são colocadas cara a cara e Giovanna não faz nenhum esforço para esconder que não suporta a morena, que tampouco não esconde o p...
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Éramos insanas. Maya, muito mais do que eu. Incontrolável e insaciável por uma fome de poder. Tudo nela gritava a perigo desde seus cabelos negros repletos de cachos caído por sob seus ombros aos olhos castanhos. Olhos que me queimava como brasa desde o primeiro momento em que eu a vi. O resplandecer mais vívido que havia cruzado o meu caminho.
E eu tentei resistir... Afinal, o ódio era muito maior do que qualquer outro sentimento que ousasse crescer dentro de mim. Eu, que sempre fui muito cética sobre tudo e sempre deixei minha carreira em primeiro lugar, estava começando a enxergar a pessoa que eu deveria desprezar de forma diferente, no entanto.
Em uma manhã de segunda-feira nós nos enfrentávamos no tribunal e em uma noite qualquer de sexta-feira, eu cruzava com ela em uma boate qualquer com ela deixando claro o quanto sempre havia sido sexy e animalesca.
E de repente, eu comecei a buscar por mais dela. Eu queria mais dela. Eu queria estar com ela. Queria que nós nos tornássemos uma só da forma mais enlouquecedora possível.
E eu estava enlouquecida. Enlouquecida de uma paixão tórrida que nunca imaginei que sentiria na vida.
Era só o começo do penhasco em que eu estava prestes a me jogar. E no fundo, eu sabia que a adrenalina de finalmente ceder a esse sentimento tão descontrolado que crescia dentro de mim era fascinante. Como se a vida realmente começasse a fazer sentido, como se estivéssemos destinadas a nós encontramos. Se é que destino fizesse parte do nosso vocabulário.
Eu nunca acreditei que Maya fosse heroína. Ela nunca escondeu o lado obscuro que a controlava. Sua ânsia pela loucura me deixava em êxtase e eu havia tentado me manter longe o suficiente, mentindo para mim mesma sobre o ódio que eu carregava dentro de mim. Ela despertava o meu pior lado como ninguém. Estar perto dela era uma tortura, sentir o seu cheiro me deixava em hipnose profunda e seus olhos pareciam me enxergar através da minha carne.
Ela era o meu diabo.
O meu inferno particular.
Havia algo no abismo profundo de seus olhos que me trazia diretamente para ela sem nem piscar. Ela tinha algum poder sobrenatural sobre mim e eu sabia que também tinha algum tipo de poder sobre ela.
Maya tentava esconder a sua frieza de mim. Com as outras pessoas a rispidez era nítida. Ela não fazia questão de explicar nada, tudo era despejado sem mais e nem menos. Ela não se importava com o que as pessoas deduziam sobre ela... menos comigo.
Observá-la com mais atenção me fez entender mais coisas sobre ela. Me fez observar detalhes que passariam despercebidos aos olhos de outras pessoas. Me fez perceber algo que o que eu sentia talvez não fosse só ódio.
Um anjo caído de cabelos negros e olhos assombrosos como a escuridão. Não a que te dava medo. Mas sim a que te chamava.
Como eu poderia pensar em me apaixonar por uma mulher que ultrapassa os limites da ética moral? Como eu poderia cogitar a possibilidade de me envolver com alguém que faz tudo por dinheiro? Que coloca a sua vida acima das pessoas e é capaz de defender um assassino a sangue frio?!
Eu sabia o quão doentio isso poderia soar. Éramos almas quebradas.
Enquanto eu tentava me consertar, Maya afundava cada vez mais me trazendo consigo.
Eu estava vivendo um dilema.
Eu queria que Maya fosse a minha salvação, mas sabia que ela estava prestes a ser minha ruína.
E nós estávamos prestes a descobrir isso da pior maneira possível.
O fogo só é convidativo quando ele não está queimando sua pele e as pessoas em volta de você.
Havíamos entrado em um jogo doentio repleto de armadilhas.
Poder.
Desejo.
Dinheiro.
Morte.
A maciez do gatilho fazia cócegas em meus dedos.
Maya e eu éramos o show nesse momento. Os olhares de todos estavam em nós. Uma de nós teria que apertar o gatilho. O meu maior medo naquele momento era que Maya fosse capaz de realmente colocar um fim a minha vida.
A mulher que eu amava estava prestes a me matar e a única coisa em que eu conseguia pensar era em como suas curvas tão deslumbrantes me inebriavam de tanto tesão.
O peso ético da balança era fodido e nós naquela situação só deixava isso ainda mais nítido.