Capítulo 3

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— Ainda me sinto triste por você se recusar a ficar aqui em casa... Por que meu filho, que nunca está no país para nos visitar, quer se manter distante dos próprios pais? — Hyejin reclamou pela quinta vez consecutiva, armando o pequeno drama de uma mãe injustiçada.

O café da manhã sempre foi um horário bastante apreciado pelo núcleo familiar dele, portanto Chanyoung imaginou que anunciar sua estadia temporária na Coreia do Sul naquela hora iria amansar o gênio da matriarca, considerando que também despejou sem grandes rodeios que não se hospedaria na residência oficial deles em Incheon, optando pela mentira esfarrapada de que ocuparia uma das múltiplas coberturas de Seunghan em Seul.

Na ocasião, havia somente ele e a progenitora na mansão, além dos inúmeros empregados domésticos que se locomoviam para desempenhar diversas atividades, pois Yoonsang, seu pai, já tinha partido para o trabalho.

Isso explicava porque a vasta mesa de refeições, com assentos para acomodar cerca de trinta e cinco pessoas, estava recheada de pratos somente onde ambos se sentaram.

— Sinto muito, Omma... A cobertura tem uma boa localização, mas não me impede de ir e vir aqui sempre que quiser. Seunghan-hyung me ofereceu, e eu acabei por aceitar. — Bebericou o café americano com um sorriso carinhoso estampado no rosto, sem nenhum princípio de remorso pelo ato de mentir descaradamente para a omega, cruzando os braços cobertos por um blusão de gola alta preto com uma despretensão forçada para passar mais credibilidade.

Devido a falta de costume, por ter ficado a maior parte da vida no ocidente, Anton não achava que consumiria muito do café da manhã tipicamente coreano. Logo, foi atencioso demais da parte do chefe de cozinha da sua família preparar croissants para que ele pudesse ingerir com geleia fresca de morango.

Tudo porque chegou na residência cedo, para surpreender Hyejin enquanto ela ainda se encontrava na cama, visto que a mesma não era uma pessoa muito matinal, e os cozinheiros fizeram questão de incluir  suas  preferências nos alimentos que foram servidos na mesa.

Lee não era exigente com a comida, entretanto. Se contentaria com qualquer coisa que lhe oferecessem, apesar de considerar muito gentil que os principais funcionários da casa pensassem nele daquele jeito.

De qualquer forma, a mulher estava animada demais com a sua visita repentina, sorrindo de orelha a orelha. Ele também sentia muita saudade dela, do pai dele e do irmão mais novo, que no momento se encontrava na Dinamarca até concluir a faculdade.

— Agora me diga... O que você achou da mudança de estética? Você se lembra como era este lugar antes? Eu pedi para substituírem o lustre. — Havia expectativa no tom de voz dela, portanto Chanyoung ficou com dó de desanimá-la ao reafirmar que não dava a mínima para decoração e que não entendia bulhufas a respeito de design de interiores.

— Hm... Me parece muito bonito. Eu gosto do novo lustre, com esses pendentes irregulares. — Então olhou para cima e escaneou os arredores antes de mostrar felicidade genuína.

Fazia parte da sua natureza ser assim, atencioso em demasia. Mesmo que não soubesse ou não tivesse interesse em algumas áreas, ele gostava de incentivar as pessoas da volta com elogios e frases que as motivaria a continuarem com os hobbies.

Talvez fosse por isso que Leon, às vezes, até se abusava da boa vontade dele para obrigá-lo a passar horas opinando sobre bolsas, peças de roupa e produtos de cuidados de pele...

Portanto, se a progenitora queria falar sobre iluminação e design, ele a ouviria e opinaria como podia apenas para garantir o sorriso aquecido que receberia em troca.

A sala de jantar parecia super normal aos olhos dele, se comparada com a última ocasião em que Chanyoung esteve ali, há mais de dois anos atrás. Sua memória para esse tipo de detalhe nunca foi muito grande, logo nem sabia nomear se as cadeiras e a mesa também tinham sido trocadas para combinar com a nova ideia de decoração da mulher.

Quebra de condutaOnde histórias criam vida. Descubra agora