Capítulo 1

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Wonbin detestava trabalhar pós feriado, pois um dia livre no meio da semana significava efetuar o serviço que deveria ser presencial via home office, – embora, na teoria, fosse ilegal por parte da empresa obrigá-lo a isso – e realizar remotamente atividades que só seriam bem sucedidas dentro do solo da corporação servia somente para fazé-lo ter que arrumar mais da metade das coisas inacabadas nos próximos períodos de expediente.

...

Tudo porque ser secretário do CEO de uma das maiores empreiteiras da Coreia do Sul exigia um tempo acima das cinquenta e duas horas semanais normais de qualquer emprego. Logo, precisava possuir organização e responsabilidade suficiente para dar vencimento.

Grr!

Mesmo que tivesse se enfurnado em seu quarto para responder cerca de oitenta e-mails na manhã, tarde e noite anterior, algumas papeladas acabaram deixadas de lado, já que necessitavam da resposta direta dos respectivos líderes dos setores.

...Era uma das ocasiões em que gostaria de pular na frente do primeiro veículo em movimento que aparecesse, visto que dialogar com os citados não se caracterizava como uma tarefa fácil e agradável.

— Bom dia, Wonbin-ah. — Suas divagações raivosas, entretanto, foram interrompidas pelo timbre bem humorado de Mujin, um dos inúmeros recepcionistas do hall de entrada, enquanto ele caminhava com pressa em direção ao elevador panorâmico.

— Bom dia. — E não tinha muito o que responder ao mesmo, além de acenar e erguer os lábios de maneira fraca, como uma parte comum das suas rotinas.

Não demorou para que a voz robotizada da máquina anunciasse o último andar do edifício, local em que sua sala residia, e que o omega fizesse caminho até a mesma.

O pavimento em específico possuía poucos cômodos em comparação aos demais, considerando que apenas os indivíduos mais importantes da empreiteira trabalhavam ali, portanto Park o conhecia bem o bastante para jamais se perder nos arredores.

Havia um ritual para seguir: Primeiro devia instalar suas coisas, ligar o purificador de ar da sala do patrão dele e conferir se a agenda daquele dia permanecia intacta como programado na noite anterior.

Tão... cansativo.

Seu suspiro varreu o espaço semi vazio.

Pelo menos a corporação enfrentava grandes reformas, que finalmente possibilitaram a ele um ambiente próprio de serviço.

Precisava admitir, por mais que não fosse de seu feitio emitir reclamações, que quando sua mesa ficava do lado de fora do corredor, próxima da recepcionista, sempre recebia interrupções aleatórias de pessoas de diversos departamentos. Ou seja, acabava realizando muitas pausas desnecessárias em momentos cruciais para solucionar problemáticas que não diziam respeito às suas obrigações.

Wonbin estava tão distraído, depois de ter decidido inverter as ações e preparar a máquina que ajudava a aliviar a rinite nervosa do CEO antes de largar a mochila, que acabou torcendo o rosto em confusão assim que parou na frente da porta de vidro translúcido da sua sala.

A luz do cômodo se encontrava acesa, e uma cabeleira castanha sobressaiu de forma desfocada, até ele de fato abrir a esquadria e revelar a figura baixinha muito bem sentada ali.

— Wonbin-hyung!

...O que diabos?

— Lee Sohee, o que você está fazendo aqui? — Park franziu a testa, erguendo uma sobrancelha no instante em que reparou no notebook do jovem omega ligado em cima da mesa de vidro.

Quebra de condutaOnde histórias criam vida. Descubra agora