A Injustiça da Ignorância

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O noivado de Pedro e Laís trouxe uma onda de felicidade que permeou a vida de todos ao seu redor. Eles se encontravam todos os dias, partilhando sonhos e planos para o futuro. Pedro, mesmo durante as aulas na faculdade, não conseguia deixar de pensar em Laís. Seu professor, percebendo a felicidade de seu aluno, permitia esses momentos de devaneio, reconhecendo o brilho nos olhos de Pedro.

Em um dia particularmente animado, William reuniu todo o grupo para uma conversa importante. "Tenho uma revelação a fazer," disse ele, um sorriso travesso no rosto. "Eu e Sara estamos namorando."

Todos ficaram surpresos e felizes. Pedro abraçou William, exclamando: "E você não me contou antes?!" Todos riram e festejaram a novidade com entusiasmo, celebrando a alegria que agora permeava o grupo. Naquela noite, brindaram ao amor e à amizade, e a felicidade parecia não ter fim.

Algumas semanas antes do casamento de Pedro e Laís, Pedro e William receberam a notícia de que precisariam fazer uma viagem acadêmica pela universidade, ficando fora por algumas semanas.

"Laís, Sara, vou sentir falta de vocês," disse Pedro, abraçando Laís com força.

"Eu também," respondeu Laís, tentando sorrir apesar da tristeza. "Voltem logo."

Pedro e William partiram, deixando Laís e Sara com saudades. Laís se dedicou aos estudos, tentando distrair-se da ausência de Pedro. Estava no meio de uma pesquisa em seu quarto quando ouviu uma batida na porta. Rapidamente, escondeu seus livros debaixo da cama e foi atender.

Era sua mãe, acompanhada por um visitante inesperado – o ministro do reino. Laís ficou surpresa, mas tentou manter a compostura enquanto o ministro e sua mãe conversavam na sala principal. Após algumas horas de conversa, o ministro pediu para usar o banheiro e subiu as escadas. No entanto, ele errou a porta e entrou no quarto de Laís.

Quando percebeu o erro, estava prestes a sair, mas algo chamou sua atenção: alguns papéis parcialmente visíveis debaixo da cama. Ele os pegou e leu rapidamente, reconhecendo de imediato que não eram escritos comuns, mas textos de alquimia e astronomia.

Descendo as escadas com uma expressão severa, o ministro foi direto até Laís. "De quem é este quarto?" perguntou com uma voz fria.

Laís, confusa, respondeu: "É meu."

O ministro chamou os guardas que o acompanhavam. "Prendam-na e levem-na para o tribunal. Está acusada de bruxaria."

A mãe de Laís ficou horrorizada, sem entender o que estava acontecendo. "Ministro, deve haver algum engano!"

"Não há engano," replicou o ministro, segurando os papéis. "Estes são documentos de bruxaria. Não podemos permitir que isso continue."

Laís tentou explicar que os textos eram apenas estudos científicos, mas a ignorância e o medo eram grandes demais. Ela foi levada pelos guardas, enquanto sua mãe chorava desesperadamente.

No tribunal, o ministro acusou Laís de bruxaria, exibindo os livros e pergaminhos como evidência. Laís tentou defender-se, explicando a natureza científica de seus estudos, mas suas palavras caíram em ouvidos surdos. O medo da bruxaria e a superstição prevaleceram.

Pedro e William, ainda em sua viagem, receberam uma carta urgente informando que Laís, a noiva de Pedro, havia sido presa por bruxaria. Pedro, percebendo a gravidade da situação, pegou um cavalo e, com William ao seu lado, retornou imediatamente.

Cavalgaram sem parar, mas quando chegaram ao tribunal, era tarde demais. Pedro correu até a sala principal, onde um silêncio pesado pairava no ar. "Onde está Laís?" perguntou, sua voz cheia de desespero.

The Last King of TearsOnde histórias criam vida. Descubra agora