Vinte e três: Nova família...

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— Vocês o quê?   — O grito invadiu todos os cantos da casa dos Saengtham. Parecia até que Tankhun estava plantado no meio da mansão. A notícia, embora esperada, parece apressada agora, principalmente porque aas férias escolares de Syn estão no início ainda.

Horas antes...

A segunda-feira começou morna como o tempo cansativo de Bangcoc no fim verão. Apesar da satisfação de terem um bom emprego,  o cansaço das últimas semanas ainda estava impregnado na maioria dos funcionários que chegavam para o trabalho. Nem mesmo as fofocas sobre o final de semana animava a turba que circulava pelos corredores do andar de entrada do grupo Saengtham-Theerapanyakul.
Um sorriso ou outro insistia em burlar o cansaço mental de todos.
Alguns já sonhavam com a viagem prêmio prometida pela diretoria.  Uma semana em um resort com tudo para alimentar corpo e alma. Prática comum dos antigos diretores que os mais jovens prometem manter.
Entretanto, nem mesmo essa esperança ajuda a equilibrar o calor que insiste em inibir o ar frio que o equipamento de esfriamento lança no ambiente. Porém,   logo cedo os ânimos mudaram.

Tudo começou a mudar quando Pete chegou à empresa. Além de ser um dos chefes, o homem chama a atenção por sua elegância e beleza,  fazendo com que jamais passe despercebido e por isso mesmo sua chegada sempre chama a atenção.  A fama de mandrião continua circulando no ambiente corporativo,  mas seus funcionários há muito conhecem seu empenho e entende seus hábitos. Mas nessa manhã não é sua simpatia ou elegância que prende os olhos de seus companheiros de trabalho. É sua atitude inesperada.
Pete não veio sozinho.  Vegas, que vinha logo atrás dele, foi parado por um dos diretores e ambos ficaram conversando bem próximos à recepção da empresa.

Saengtham parou, próximo ao elevador da Diretoria e ficou olhando o celular.  Os minutos passaram, mas a atenção do inusitado público não se desfez.

Pongsakorn tirou os olhos da tela e chamou um dos curiosos:
— Suong, redistribui essa fila. Os elevadores da diretoria e de visitantes estão parados, use-os.
Desde a morte de Baran, os funcionários pararam de utilizar esses aparelhos. Na mente deles,  se os elevadores tinham identificações, seu uso era para isso.
— Senhor,  tem certeza?
— Tenho. Durante o dia, quando o uso é menor, aceito vocês fazerem essa distinção,  agora é desnecessário. Tay só chega depois das nove, só eu e Vegas vamos usar elevador agora e ele está com um cliente...
Apontou com o ombro.
—  Senhor, mas ele deve estar acabando...
— Então subimos com alguns de vocês. Não podemos dizer sue nossa empresa é uma família se nem podemos compartilhar uma ascensão aos nossos escritórios... Corram. Aqui está quente e suas salas estão frias.
Suong obedeceu,  e os três outros elevadores começaram a ser utilizados. Mas a comoção criada pela interferência do presidente,  fez com que a atenção voltasse só homem e foi aí que as conversas mudaram de tom.

Uma das secretárias notou Pete olhando para Vegas.
O chefe estava tão entretido observando  o outro conversar com o cliente que não notou que outras pessoas estavam olhando para eles.

Na verdade, se as filas dos  elevadores não tivessem tão concorridas, talvez ninguém notasse o que acontecia ali na recepção do térreo. 

A primeira pessoa a notar que Pete olhava enlevado para Vegas foi a secretária do almoxarifado. Ela viu os olhos do chefe totalmente mudados e falou para uma das colegas próxima de si  na fila. O interesse foi se tornando de todos assim que alguém confirmou. 

—  Os olhos dele parecem fogo olhando para khun Vegas!  —  A voz admirada veio de trás de Suong.

Outra pessoa cochichou:

— Se me lembro bem até bem pouco tempo eles só falavam o necessário.

Outra voz informou:

— Sim. Mas todo mundo sabe que os dois sempre foram amigos.

Âmbar    #VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora