31 - Nascer do Sol ( R )

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Sumario

"Estou bem."

"O que isso quer dizer?"

"Quer dizer que não precisamos parar em lugar nenhum."

"Quero dizer no geral. O que isso quer dizer?"

Neil queria abrir a porta do carro e pular na calçada. "Quando eu digo 'estou bem', quer dizer que eu posso continuar."

"Isso não parece nada bem," disse Bee.

[Avisos: Um pensamento intrusivo. Conversa sobre morte, mais conversa sobre morte. Ah, certo, terapia.]


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Do topo do prédio, você não conseguia ver muita coisa.

As janelas brilhavam na frente da cidade adjacente ao campus. Uma cidade inexplorada. Neil sabia como desaparecer nela. Se ele contasse as fileiras e colunas de janelas e multiplicasse, não veria tantas quanto poderia de um prédio mais alto. Tinha que haver o suficiente para cobrir cada ponto percentual que ele pudesse acumular.

Em quanto ele estava agora?

105%?

Ou pior — e se Andrew tirasse isso dele? Tirasse porque Neil estava aqui, fingindo que todos os seus "nadas" eram nada e chamando a atenção quando Andrew usava palavras da mesma maneira que se movia. Da mesma forma que falava e se expressava. Não com emoção visível, mas com seu próprio jeito único de linguagem, cuidadosamente desenvolvido, que Neil se iludiu em pensar que havia aprendido.

Deus, que idiota cruel ele era.

Porque como Neil poderia fazer uma lista dos dez melhores tipos de águas-vivas com Andrew, incluindo suas próprias criações misturadas com as favoritas, como ele poderia deixar Andrew discutir com ele por que Kepler-186f era único e como poderia ser potencialmente habitável, e como ele poderia deixar Andrew descansar casualmente a mão nas partes mais vulneráveis de seu corpo como se fossem algo a ser amado, tocando apenas onde foi solicitado, e fazer panquecas de mirtilo quando a resposta era não e em lugar nenhum.

Como ele poderia?

Como ele poderia pensar que eram nada depois de tudo?

Houve um pensamento curto e violento que sugeriu se jogar da beirada.

Olhando para baixo, ele apertou os punhos até que seus dedos doeram e respirou para afastar o pânico, o ar enchendo seus pulmões como uma bolsa velha perfurada no topo de um poste.

Foi quando ele viu o exterior suave e elegante de um carro luxuoso entrando no estacionamento. Não era um carro que um estudante universitário teria, e não era um carro que Neil já tivesse visto.

Porra.

Neil ligou para Jean e sussurrou no telefone. "Abortar, droga, abortar. Não mostre esse carro ao Andrew."

O carro lá embaixo desacelerou. "Que diabos eu devo fazer com ele?" Jean sussurrou de volta.

"Não sei, encontre um lugar seguro para estacioná-lo e o mantenha lá até que eu decida o que fazer com ele."

Running On Gasoline - Coritkyo [ PT-BR ] -  HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora