CAPÍTULO II

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S/N

Fui para a minha casa após diversos exames. Eu vim pegar roupas e depois voltar para o hospital para ficar em observação.

A casa que minha mãe me criou por tanto tempo. Que ficava perto do laguinho.

Era tão nostálgico entrar ali. Tudo ainda tinha o cheiro dela, lembrava ela, e ainda tinha uma foto com moldura empoeirada de nós duas pendurada na parede.

Eu deveria limpar isso, mas quero respirar o ar que aqui traz. Tenho medo de que limpar tudo apague o que me lembra dela.

— Uau; tá tudo podre. Pensei que tivesse mandado alguém para limpar a cada um mês.

Mas eu era uma adolescente quando deixei essa casa espaçosa para morar sozinha. Nem pai eu tinha! Como pagaria uma faxineira?

Logo quando me sento no chão - que range - ouço a campainha. Bufo e me levanto depressa, indo atender a porta.

— Oi. Eu vim conversar com você. — Era Inoichi. — Posso entrar?

— Pode. Mas está tudo muito sujo.

— Não tem problema. Ficarei a vontade.

Entramos e nos sentamos no sofá. Nesse movimento, a poeira sobe e faz Inoichi tossir. Me sinto envergonhada.

— Não se preocupe com essa besteira. Nosso assunto é mais importante.

— Pode falar, Inoichi.

— Não se lembra do nome Kotakitchi Aizawa?

Não. Parece tao familiar, mas ao mesmo tempo tão estranho. Como se me forçassem a esquecer essa pessoa.

— Eu...não me lembro.

— Ino Yamanaka? Sakura Haruno? Shikamaru Nara?

— Sim, estudei com eles na academia ninja. Mas só isso, não falo com eles. Fomos apenas colegas de classe.

Sua expressão é confusa e me deixa apreensiva. Se ele fez exames em mim e algo deu alteração, eu deveria ficar com medo.

— S/n, você vai precisar retornar à Unidade de Inteligência ao menos uma vez por semana. Tem algo na sua mente que eu não consegui detectar, mas com mais exames eu vou conseguir. Não é grave.

Ufa.

— Ah, claro.

— Vou aproveitar e te levar para o hospital de volta. Pegue suas coisas.

...

Observo o mundo externo na maca. A janela é grande e posso ver a grande quantidade de pacientes que passeiam pelo jardim.

Logo, a Senhora Tsunade entra no meu quarto e se senta ao meu lado.

— Uma facada em lugar vital, e você sobreviveu. Uma facada no ombro. Não se lembra de quem te esfaqueou?

— Não. — Falo, distante. — Estava em uma missão, não? O inimigo, claro.

Sua sobrancelhas se franzem e ela solta um suspiro. Morde o polegar como faz quando está irritada e ansiosa, enquanto bate o pé no chão. Está pensando em que, que a faz ficar tão ansiosa?

Sinto que tem algo acontecendo que não querem me contar.

— Coma a refeição que a enfermeira está trazendo, porque a partir de amanhã começaremos sua reabilitação. Esteja forte e preparada.

— Tudo bem, obrigada.

...

SHIKAMARU

De volta a Konoha. Não passo nem em casa. Vou correndo ao hospital, para ver sua expressão serena dormindo.

Chegando ao hospital, vejo em um dos corredores Shizune e Tsunade, ambas com expressões preocupadas em seus rostos.

Vou até elas, que cortam o assunto na hora.

— O que acontece? — Pergunto. Quero respostas porque sei que estão escondendo algo. Elas se olham e suspiram juntas.

Ela acordou.

Nunca pensei que duas palavras me fariam tão feliz. Ainda mais essas duas palavras.

Meu coração palpita tão forte e rápido que sinto como se fosse vomitar. Meu estômago revira, meus pulmões não se acalmam, respiro tão rápido que parece que usei drogas que aceleram meu organismo.

Vou me direcionar para seu quarto quando ambas me param.

Ela não se lembra de você, Shikamaru. Ainda não pode visita-lá. — Tsunade explica, desviando o olhar.

Doeu. Aquilo doeu muito em mim.

— Nem de você, nem de Sakura e Ino. Nem mesmo de Kotakitchi.

Céus. Engraçadinha.

— O que farão?

— Não temos o que fazer. Mas não aja como se a conhecesse, e peça para as meninas fazerem o mesmo. Peça isso ao grupo. Pode sobrecarregar a mente dela. — Shizune explica. — Se for visitar ela, deve ir com os outros, porque ela se lembra.

Ao menos, ninguém além das duas sabia que estávamos namorando. Ninguém soltaria essa pérola do mais profundo nada quando nos reuníssemos.

Mas como ela pode esquecer de mim? De nossos momentos? De nossa aventura? Engraçadinho Jr.; nem dele ela se Lembra?

Dou meia volta e saio dali. O ar que respiro é áspero. Dói.

Algo está doendo.

...

S/N

Eu não conseguia dormir de jeito nenhum. Aquela maca era dura como pedra e um grilo não parava de cantar.

Decido me levantar e dar uma voltinha no jardim. Estava pouco iluminado, apenas com postes. Me sento em um banco que estava iluminado.

Mas meu corpo se torna gélido. E não era a brisa noturna. Me senti uma presa, enquanto um caçador estava a me olhar. Uma sensação inexplicável.

Olho pelo arredor. Embaixo de uma árvore. Assobiando.

— Oi, filhinha.

Quem é esse cara.

— Anh, oi? Você é meio esquisito, né?

— Há! Não se lembra de mim?

Ele sai das sombras. Uma faca em sua mão me assusta. Estava suja. Ele, com rosto descoberto.

Se aproxima até demais de mim. Tento me levantar mas meus joelhos cedem porque estou fraca.

Ele apoia a faca em meu ombro, em cima de onde os pontos estavam.

— Quer outra?

Me lembro de tudo. Meu pai. Quer dizer. Meu pai falso.

Takeshita? Onde está?

Ele passa a faca lentamente por cada ponto. Abrindo cada um e me fazendo sentir uma dor imensa. Grito de dor, grito tão alto que tenho certeza que acorda algumas pessoas.

— Vamos jogar um jogo, filhinha. Pega-Pega. Eu te peguei primeiro. Se esforce para ser uma boa pegadora, sim?

Não tenho chakra. Não tenho força para deter ele. Ele apenas sai correndo como um maníaco e me deixa ali, sozinha.

Puta que pariu. Eu odeio esse cara, eu odeio ele.

Eu vou mandar ele para o inferno.

Me aguarde.

UM DESDE QUE FIRE & SHADOW ACABOU! Desejem feliz aniversário pra essa fic maravilhosa. A minha primeira longa.

Beijos da Nano <3

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⏰ Última atualização: Sep 02 ⏰

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𝐌𝐘 𝐅𝐈𝐑𝐄, shikamaru nara.Onde histórias criam vida. Descubra agora