O Rei do Anjos sabia que não deveria, mas o corpo de Maylin o atraia como uma maldição que ele não tentaria resistir. Ele deveria deixá-la ir após apresentá-la a todos, o certo seria esperar pelas celebrações tradicionais de sua corte, mas nada disso o impediu de levantar-se de seu trono e ir em direção a ela.
Maylin sentiu todos os pelos de seu corpo se arrepiarem e seus ossos enrijecer enquanto o rei se dirigia até ela, as asas brancas deslizavam pelo piso brilhante, suas vestes de ouro e aço de perfeito corte, seu peito estufado e seu olhar determinado. Ela não se moveu, sentiu que não poderia mesmo se quisesse. Atrair o rei era um jogo perigoso, ela sabia.
Maylin debruçou-se para frente, novamente numa posição submissa e quando olhou para cima, os olhos castanhos avermelhados a olhavam com um brilho notável: admiração e desejo. O rei certamente deveria ser mais cuidadoso e restrito com suas ambições, mas não era isso que a história dissera sobre o homem. Agora, Maylin sabia que ele a queria, mas do que apenas um troféu bonito ou uma falsa arma. Ele estava quebrando uma das regras bem ali, por ela.
A garota sorriu, dócil e submissa, sempre. Ela havia percebido que aquilo o agradava, seu peito sempre estufado, os olhos sobre todos sempre de cima-a-baixo.
— Ao que devo a honra de vossa atenção alteza? — Maylin jogou todo o mel em seu tom, a inocência que ela havia fingido e praticado por anos. O Rei sorriu, lindamente. E algo frio se contorceu no ventre de Maylin. O rei era absurdamente belo para seu próprio bem, de uma forma tal ao encanto que ela imaginava que os elfos usavam para possuir e as sereias para matar.
— Não pude deixar de notar, minha princesa, — O rei cruzou as mãos atrás de suas costas e o sorriso permaneceu ali como uma sombra que não alcançara aos olhos, o brilho que havia ali era outro — um que já havia visto em Martin muitas vezes: posse. Como ele dissera: sua arma. — seus belos olhos pareciam me chamar desde o outro lado do salão. Jamais daria o desprazer de decepcionar a futura rainha da minha corte.
— Perdoe-me, alteza, creio não ser capaz de esconder minha admiração pela sua pessoa. — Ela alinhou sua postura e colocou sua taça vazia na primeira bandeja que vira pela frente nos braços de um dos servos. Ouvi tantas histórias a seu respeito, seus feitos estraordinários. Uma honra ser a escolhida pelas estrelas para o grande rei que és.
O rei gargalhou e, instantaneamente, Maylin acreditou ter fracassado, que ele farejaria sua farsa, que não havia nada nela que poderia ser para ele, que as sarcedotizas estavam enganadas. Seu coração parecia estourar em seus ouvidos.
— Sua capacidade de me agradar é definitivamente inquestionável, querida Maylin. — Ele se aproximou mais, sua respiração roçando a bochecha da jovem anjo. — Me dê uma unica dança esta noite? Receio não sobreviver sem ela.
Maylin deu-lhe um sorriso, um sincero dessa vez e alguns nós pareceram se desatar de seu estomago e garganta. Ela deu um passo para trás, o rei fitou-lhe, confuso, mas espelhou seus movimentos.
Ela levantou uma de suas palmas para cima e a outra mão para trás de sua coluna, logo acima do quadril.
— Melhor não quebrarmos mais regras de nossa tradição, meu rei, não queremos a furia de nossos ancestrais. — Ela tentou fazer soar como uma brincadeira, mas ele tinha que saber que ela tinha razão. Até a segunda cerimonia, não poderia sequer falar com ela, seria uma afronta para os que conheciam suas crenças e estavam ali presente. — Mas ouvi dizer que o senhor é um belo dançarino da dança patrimonial de nossa corte.
Aquela dança não havia toques, apenas reflexos de movimentos e quando em raras ocasiões, toques apenas com luvas, peça que nenhum deles possuia na ocasião.
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Sucumbida Por Estrelas E Mundos [Em Atualização]
FantasyEm um mundo encantado, a dinastia é cruel e os deuses adormeceram. O destino já foi traçado há séculos. A alma de todos já foram corrompidas. Atrações são perigosas, e ameaças serão sempre um risco.