Blue era apenas uma jovem cheia de sonhos até ser forçada a se casar com Matt Smith, o herdeiro de uma poderosa família mafiosa. Lançada em um casamento frio e distante, ela luta para preservar sua identidade em um ambiente controlado por regras e o...
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𝚀𝚞𝚊𝚗𝚝𝚒𝚍𝚊𝚍𝚎 𝚍𝚎 𝚙𝚊𝚕𝚊𝚟𝚛𝚊𝚜: 𝟸.𝟹𝟿𝟸 𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟷𝟶
Matt retorna por volta das onze da noite. Como de costume, ele está com insônia. Isso é comum na vida do moreno desde sempre; nunca teve uma boa noite de sono. Em uma época, até procurou ajuda médica e começou a tomar remédio, mas ele o deixava mais sonolento e improdutivo. A insônia pode lhe causar olheiras e mau humor, mas pelo menos ele não cochila em qualquer lugar, nem parece estar constantemente dopado. Há prós em ter insônia.
Ele entra com cuidado na casa, vendo que a maior parte das luzes já está apagada, e agradece por isso. Nos últimos dias, Vittorino está com uma extrema necessidade de mostrar todos os "atrativos" que Blue tem. Só de pensar na loira, Matt já revira os olhos. Ele não costuma dispensar mulher alguma. Sendo mulherengo, gosta de sempre estar acompanhado e de ter à disposição mulheres de todos os tipos, idades e formas, mas não consegue simpatizar com Blue.
Já próximo da escada, Matt tropeça no primeiro degrau, xingando alto e ouvindo alguém pigarrear perto dele. Ele se vira e vê Maia na porta de acesso à cozinha. Suspira antes mesmo de ela encará-lo.
— Esperamos por você para o jantar — ela diz, cruzando os braços.
Maia é linda, mas completamente insuportável, gostando de ser mandona e controlar tudo.
— Sei o que está tentando fazer — Matt diz, apontando o dedo para ela, com um pequeno sorriso. — E não vai funcionar.
— Ah, é? E por quê?
Matt dá uma risada alta.
— Somente Vittorino não vê o quão manipuladora você é.
Agora é Maia quem ri.
— Ah, querido Matt, você vai me agradecer por isso um dia.
Ela sorri e passa a mão pela barriga, acariciando o local, antes de subir as escadas em silêncio. Matt a segue logo depois, ignorando quando ela se despede no alto da escada.
O moreno caminha devagar pelo corredor, não porque quer evitar fazer barulho, mas porque, se tentasse andar mais rápido, provavelmente tropeçaria nos próprios pés. Sua mãe sempre dizia que a bebida seria sua ruína; talvez ela estivesse certa. Matt fica feliz por ela não estar mais ali.
Ele se aproxima da porta do quarto e vê a luz fraca acesa por baixo dela. Blue só dorme com aquela maldita luz ligada.
Ele entra e vê a garota dormindo na cama. O cabelo está espalhado pelo travesseiro, o corpo pequeno atravessado na cama, e os lençóis abaixo da cabeça, com mais um milhão de outros lençóis espalhados pela cama. Matt acha intrigante o fato de ela dormir com tantos lençóis, já que não usa todos. Ele desvia o olhar quando ela se mexe, deixando a boca entreaberta.
