XXVII.

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Consumação; um termo meramente problemático que na maioria das vezes se torna seu pior inimigo. Camuflado de obsessão e perseguição onde você denomina comprometimento ou até mesmo conhecimento, alguns diriam que se trata de prevenção. No entanto, verdadeiramente como demônios consumindo seu corpo e tomando posse de sua alma aos poucos, tendo o poder de domá-lo quando e onde quiser

Nascida e fadada a sofrer, dando sua alma pelos necessitados e os que sofrem, este é o meu dever quando minha vida foi roubada de mim. Buscar por vingança e saciar meu prazer obscuro e sombrio, o qual me perturba há mais de trinta anos.
Nunca tive objetivos e metas, mas agora tenho uma ambição que só Deus pode tirar de mim

Lisabelle.

Como Jesus atendeu o ladrão na cruz, Deus me salvou com uma alma pura e serena.

Luiza gritava quando o carro atingia o limite quase, minimamente batendo se não fosse por eu mesma dirigindo. Custando almas e minha honra, chegar na casa de Lisabelle em oito minutos quando o trajeto normal dura trinta.
Mais tarde não me recordaria de ter quebrado sua porta no chute ou de ter derrubado Luiza pelo caminho, mas agora empenhada em algo

Lutando contra anjos e demônios, contra aquele sentimento profundo e confuso. Eu  estava disposta a lutar por ela, estava pronta para largar mão de tudo e ser oque ela merecia, ser oque ela queria que eu fosse desde o início.
Devo dizer que a cada passo dado naquela casa silenciosa, meu interior gritava por algo

Foi então que diante de meus olhos tive o sentimento mais profundo e insano, algo que eu poderia facilmente me afogar e ter cada órgão de meu corpo desligado, cade sentimento ignorado e lançado a fora, deixando que meus demonios tomassem a frente porque dali a diante, eu já não fazia parte daquele mundo.
Tudo silencioso demais e apreensivo, meus olhos podiam claramente sangrar diante da cena

Mackenzie segurava as bochechas fartas de Lisabelle enquanto os olhos apavorados de outrora.
Quando se soltou ela pôde, miserávelmente, me olhar sorrindo.

Eu não sabia oque fazer, não sabia qual reação ter. Não estava preparada para isso

Isso seria algum tipo de vingança?

Mackenzie a agarrou, e a feição assustada de Lisabelle só entregou que aquela ação foi contra sua vontade. Mas, ah, oque há em mim? Eu não me movo

Por mil infernos.

- Olá Dominique

O silêncio tomado por vergonha e raiva, meu passado me condenando ferozmente enquanto agora lido com as consequências de meus atos.

- Que porra é essa? - Não precisei me virar para saber que a voz era de Luiza.

Eu não entendo porque estava tão estática e imóvel, como meu peito doía ardentemente e o quanto eu estava sem graça naquele momento. No entanto minhas pernas me levaram para fora daquela casa sem que antes pudesse pensar, pude escutar passos apressados até mim e desejei que não fosse Lisabelle naquele instante, pela primeira vez, eu não a queria por perto. Mas a voz aguda e amargurada eu poderia reconhecer em um show de rock metal lotado.

- Oque acabou de acontecer?

- Não tenho resposta para essa sua pergunta, loirinha

O silêncio abraçou o ambiente e miserávelmente a cenas vinha a mente, torturando-me.

- Fique com Lisabelle! Eu...preciso ir resolver uma coisa

O carro partiu dali sem nem mesmo frear para adentrar a pista, a casa assombrada no meio do nada de certa forma poderia trazer certos arrepios. Pelo menos agora.
Não havia de modo algum, um compromisso ou algo que tomasse meu tempo, eu estava afoita, sem rumo. Mesmo que dizendo o quanto eu abomino sentimentos amorosos, não consigo explicar oque estava sentindo, oque havia acontecido. Com tudo, apertei com tamanha força o volante e dirigi até a boate, ansiando enfiar alcool até mesmo pela bunda branca

Som alto e luxúria, pecado e infrações, a casa estava cheia e eu poderia por míseros segundos esquecer tudo. Afundar-me na cocaína como fechei duas carreiras sem intervalo, beber cachaça após anos sem nem mesmo beber o líquido infernal, e baforar o pinto do diabo; lança.

- Dominique! - A voz animada ecoou em meus tímpanos frágil.

Eu já estava tonta e piscava lento, meu corpo estava quente demais enquanto minhas veias saltavam. A porra do êxtase causa um tesão da merda, tanto que poderia facilmente levantar dali com uma stripper nos braços e fazer daquela noite uma putaria sem fim, mas como dívida com o diabo, sou obcecada demais para fazer tal coisa.

Totalmente devota

- Dominique? Esta me escutando?

Ergui meu olhar para a mulher à minha frente, esperando que a vista turva ficasse, por míseros segundo nítida, fazendo-me reconhecê-la; Lisabelle

- oque esta fazendo aqui? - minha voz embolada e fraca saiu.

- Luiza me trouxe

- Não deveria estar aqui, onde está Mackenzie?

- Não sei, Luiza disse que cuidaria disso depois que me deixasse aqui

Eu não conseguia enxergar seus movimentos, nem ter o vislumbre de seus olhos brilhantes e de seu sorriso avassalador. Estava tão chapada que sua voz parecia estar a dez metros de mim.
Mesmo que minha cabeça estivesse tombando para os lados, assenti fraco enquanto meus olhos fechavam lentamente

O famoso êxtase saindo do efeito, trazendo o sono repentino como um soco na cara

- Você não parece bem...

- Desde quando eu estou? - ri baixo tentando exalar ironia, mas a bebida me envergonha as vezes, pois naquele momento lágrimas desciam

- Dominique...

- Deixe-me! Diabo de menina que não sai da minha cabeça!

Me levantei rápido erguendo meu corpo o suficiente para soltar o ar, no entanto, como parte da divida meu corpo ficou mole demais e não fui capaz de segurá-lo, a vista ficou turva e tudo que me recordo é de cair lentamente no chao

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OIII

SENTIRAM MINHA FALTA?

Ou na verdade sentiram falta deles??

Peço perdão pela demora e pelo capitulo tão curtinho, estou focando em continuar a história, mas meu trabalho me cansa. Saio às vinte e duas horas e só me recordo de comer e dormir.

BJS MEUS XOO.

Quando As Estrelas Se AlinhamOnde histórias criam vida. Descubra agora