𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍, pesadelo

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Miho Hanasaki

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Miho Hanasaki

Eu nunca gostei muito de vermelho. Essa era a cor que surgia quando meus irmãos e eu nos machucávamos, e isso sempre vinha acompanhado de uma sensação muito desagradável.

A dor.

Eu estava escondida no mesmo cômodo onde tudo acontecia, bem no canto onde a luz fraca da lanterna não iluminava direito.

Meu coração batia tão forte que parecia ecoar pela casa toda.

Vermelho era tudo o que tinha ao meu redor.

Eu encolhia o meu corpo, tentando me fazer o menor possível, enquanto sentia meus olhos arderem, minha visão turva pelas lágrimas quentes, e minha boca sendo pressionada pelas minhas próprias mãos trêmulas e suadas para que nenhum ruído escapasse.

Porque se escapasse, eu sabia que seria o meu fim.

A sala estava mergulhada em um caos de gritos agonizantes e sangue. Muito sangue. O cheiro era forte, insuportável.

Os móveis revirados, as esteiras de tatame ensopadas, e as paredes antes tão acolhedoras agora pareciam ser as testemunhas mudas de um terrível massacre.

Os corpos de Rokka, Tatsuki e Akio estavam espalhados pelo chão, assim como o de minha mãe no outro canto. A sombra alta e esguia, o responsável por tudo, se esgueirava entre meus irmãos com o braço de um deles entre os dentes.

O barulho da mastigação ecoava na minha cabeça cada vez mais alto, incessantemente, me causando arrepios desagradáveis.

Minhas unhas se cravaram nos cantos da minha boca e eu mal conseguia sentir a dor física que aquilo causava. Eu tinha que ficar quieta, mas a cada passo que aquela coisa dava o meu choro aumentava.

Um grito de dor perfurou o ar quando o meu irmão mais novo foi agarrado pelo pescoço e erguido para o alto como se fosse nada. Naquele momento eu apertei os olhos, vendo a expressão de puro terror assim que minha vista teve o foco de seu rosto delicado. Senti uma pontada de dor no meu estômago quando o monstro partiu o pequeno corpo de Rokka pela metade, o som de carne rasgando e ossos quebrando preenchendo o silêncio mortal da noite. Seu sangue jorrou e pintou ainda mais o chão e as paredes de shoji com um vermelho escuro horrível.

𝐎𝐔𝐓𝐓𝐀 𝐌𝐘 𝐇𝐄𝐀𝐃, 𝗌𝖺𝗇𝖾𝗆𝗂 𝗌𝗁𝗂𝗇𝖺𝗓𝗎𝗀𝖺𝗐𝖺Onde histórias criam vida. Descubra agora