Eu estava no final do segundo bimestre do terceiro ano, o ano estava na metade e eu ainda não tinha noção do que eu queria para minha vida; aliás eu sabia sim, eu queria fazer um intercâmbio de uns seis meses em qualquer lugar que não fosse Belleville. Belleville era um cidade bem perigosa que se localizava em New Jersey, eu odeio aquele lugar com todas as minhas forças, a cidade não era grande, possuía apenas duas escolas, sendo uma particular na qual eu estudava e uma pública, tinha um shopping de um tamanho exagerado para a quantidade de habitantes, ahhh como eu poderia me esquecer de Danvers State, o famoso manicômio, que se localizava no lado norte da cidade. Os piores psicopatas se concentravam lá, eram casos horríveis de pessoas que tinham o sangue frio de matar a própria a própria família com um machado, realmente uma pessoa assim não pode ser considerada "normal".Eu morava numa casa do lado sul da cidade, moravam eu, minha irmã mais velha Amber; que já cursava a faculdade local, minha mãe Gabrielle e meu pai Raymond. Minha irmã vulgo a queridinha da família, ja era noiva e pretendia se mudar de Belleville em breve, minha mãe trabalhava no hospital mais famoso da cidade e meu pai tinha sua própria empresa. Nos morávamos na parte nobre da cidade. Eu não era de Belleville, nasci na Califórnia, me mudei para cá quando eu tinha cinco anos e hoje estou com dezessete e continuo presa nessa merda de cidade. Eram por volta de 7:00 e eu pegava 7:30, sim eu me atrasava todo santo dia.
- Bom dia querida, vai querer comer algo? -A voz aguda de minha mãe acabou me tirando de meus devaneios.
- Café bem forte e sem açúcar por favor. - disse enquanto dava um sorriso amarelo a ela.
- Aqui.
Falava enquanto me entregava uma caneca preta cheia do meu líquido predileto, só o cheiro da cafeína ja me enlouquecia. Bebi o mais rápido possível deixando dois goles ainda no copo, e sai de casa apressada. Bom desde meus quinze anos adquiri um vício secreto, eu fumava todas as manhãs; adquiri esse vício quando entrei em depressão por conta da morte do meu irmão por parte de mãe Milles, ele era um exemplo pra mim. Peguei um daqueles tubinhos brancos cheios de nicotina e posicionei o mesmo contra meus lábios dando uma longa tragada e sentido o gosto amargo invadir minha boca. Minutos depois peguei o cigarro e o joguei no chão e logo em seguida pisando em cima.
Cheguei na escola faltando cinco minutos para o fechamento dos portões. Entrei em minha sala e sentei na última cadeira da última fileira, aquela que ficava perto da janela. Eliza estava sentada a minha frente. Eliza era minha melhor amiga desde que cheguei nessa cidade, ela era simplesmente incrível, possuía belos cabelos loiros, uma pele que qualquer um sentia inveja e belíssimos olhos azuis.- Bom dia bela adormecida.
Esqueci de mencionar a voz aveludada dela era simplesmente um calmante quando eu estava estressada.
- Bom dia babe.
A aula de história passou mais rápido do que devia, uma pena aquela sempre foi minha aula preferida. O sinal para o intervalo tocou e Eliza me deu uma cutucada para que a seguisse, estranho ela estava caminhando para o antigo laboratório. O que será que essa garota pretende fazer lá.
- Por que estamos indo pra lá? - questionei enquanto apontava para a ala leste da escola.
- Preciso te mostrar uma coisa.
Caminhamos até entramos no antigo laboratório. Quando chegamos la Eliza tirou o celular do bolso e me mostrou um artigo cujo a única coisa que conseguir ler foi: "O MAIS NOVO SERIAL KILLER, EVAN JAMES, É ACUSADO DE SOFRER DE DISTÚRBIOS MENTAIS E FOI LEVADO PARA DANVERS STATE."
- O que é isso Liz? - ela soltou uma leve risada enquanto observava minhas feições assustadas.
- Nada mais nada menos que o cara que matou vinte e três mulheres a facada, veio parar na nossa queridíssima cidade.
Pude sentir meu corpo todo gelar, tudo bem que era quase impossível fugir de Danvers State, mas em 1995 já teve um caso de uma paciente que fugiu e matou cinco pessoas com um canivete.
- Eu não aguento mais isso, viver com medo é uma merda. Vamos fugir daqui?
Ela deu um sorriso e respondeu.
- Minha pequena e sonhadora Cherry, um dia estaremos bem longe dessa merda que chamam de cidade.
Essa parecia ser uma ótima ideia. Mas eu não podia esquecer que eu ainda tinha uma vida aqui.
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Dystopia
DragosteSerá que se pudéssemos descobrir nosso futuro, nos mudaríamos algo que tenhamos feito? Será que se Cherry soubesse que a partir do momento que ela olhasse naquelas orbes verdes oliva o seu futuro mudaria, ela teria de fato entrado por aquela porta...