IMPÉRIO [M] - DESGUSTAÇÃO 2ª TEMPORADA VIVÊNCIA!

•06•

Helena 🐯

Helena : E agora ela está trancada dentro do quarto! -Contei tudo para o Murilo, que soltou a respiração, enfiando o celular no bolso. -Espera ai, Murilo...você sabia disso esse tempo todo? Toda essa história louca? Que a mamãe matou a irmã do nosso pai?

Murilo : Sabia, pô! -Resmungou. -Qualé, vou tentar topar com o meu pai, não cria neurose errada que uma hora passa. -Encostei na pia irritada por ser a última a saber de tudo, mas logo tentei ocupar os pensamentos.

Peguei uma vassoura com o balde de lixo e fui limpar os cacos de vidro do chão, juntei todos o que eu vi e acabei me cortando, mas nada muito profundo, ouvir passos e era a minha mãe descendo as escadas.

Bruna : Filha, não precisava... -Resmungou baixo e eu neguei com a cabeça, como se não fosse nada. Ela sentou no sofá pensativa e eu o mesmo.

Helena : Quer conversar? -Questionei, e ela negou. Apenas deitou no meu colo e eu sorri de canto, acariciando o cabelo loiro dela. -Tudo aquilo que o meu pai falou...?

Bruna : Tudo o que eu fiz foi na intenção de proteger vocês, não queria que a minha filha crescesse sem pai e muito menos ver o seu pai morrer sabendo que poderia ter feito algo...

Helena : Você sabe que não precisa se explicar pra mim, né? Fica tranquila, mamãe, tô aqui com você...é a Laura, que o meu pai comentava as vezes? -Ela concordou. -Sabia que aquela cara de monga das fotos não era atoa. -Fiz o esforço de tirar um sorriso dela, mas foi em vão.

Era visível que ela não estava bem, e aparentemente essa questão tinha muito domínio sobre ela. É como se fosse algo que a deixasse vulnerável, entende? Subi com ela para o quarto e notei a mesma tomar dois comprimidos sub linguais.

Helena : Mãe... -Murmurei assustada, mas era algo que aparentava ser normal para ela.

Bruna : É pra dor de cabeça, somente, meu bem! -Soltei a respiração e me aproximei da cama para deitar ao lado dela, pelo menos até ela dormir, o efeito do remédio foi rápido o suficiente para fazer com que eu ficasse preocupada somente com o meu pai.

Enviei uma mensagem para ele, e o Murilo, as mensagens não chegaram e eu levantei indo em direção a janela, esperando por algo. Foram longos minutos, acabei deixando um porta retrato cair e ela acordou assustada.

Bruna : Danilo... -Falou e eu neguei, acendendo a luz do canto.

Helena : Sou eu mãe, desculpa! Mas fica tranquila porque ele está com o Murilo, pode ir dormir. -Ela olhou o horário no celular, e eu saí do quarto quando ela voltou a se perder em um sono pesado.

Helena : Murilo, onde você está? -Questionei irritada o suficiente para ele perceber pelo o meu tom de voz. -Você está com o meu pai? E por que esse som tá abafado?

Murilo : Larga do meu pé, chata! Vai dormir porque está tudo no meu controle. -Desligou na minha cara e eu optei por tomar as milhas próprias ações.

Já eram quase cinco da manhã, e nada! Eu não conseguia dormir com essa angústia imensa no coração, pensando na minha mãe e em como o meu pai havia saído de casa.

Sai pela porta dos fundos, e segui a minha intuição de seguir caminho para o baile. Subi direto para o camarote quando cheguei e distribui o olhar pelo o local, identificando o meu pai e o Murilo em um montinho de homens.

Apoiei o braço na minha cintura e o Murilo foi o primeiro a me reconhecer, veio se aproximando e eu franzi a testa sem compreender.

Murilo : Fazendo o que aqui? -Eu agi como se fosse óbvio, rindo em falso e neguei com a cabeça.

Helena : Eu que deveria fazer essa pergunta pra você, não acha? Se foi atrás do nosso pai porque...

Murilo : Você tá se metendo em um problema que é deles por que? -Cortou a minha fala.

Helena : Porque ao contrário de você eu penso na minha família e torço para que ela fique bem! Porra Murilo, você tem o que na cabeça? Sabe que se a minha mãe souber que ele tá em baile uma hora dessas estando brigado com ela, ela explode! Ai eu fico igual uma otária, trouxa dentro de casa, tentando concertar a situação e você colocando mais lenha na fogueira, parabéns!

Meu pai finalmente me viu, e eu aproveitei o momento para dar as costas, pisava tão fundo que era capaz o meu pé atravessar o chão. Passei pelo o Arthur e ele me chamou, fingir não escutar mas da mesma forma ele seguiu passos até mim.

Arthur : Tô te chamando, garota! -Segurou o meu braço e eu fechei a cara para ele. -Tá assim por que? Calma! Indo pra onde?

Helena : Minha casa, Arthur, minha casa! -Me afastei, mas ele permaneceu com a mão no meu braço.

Arthur : Levo você. -Sussurrou baixo notando que eu não estava para papo, e assim foi. Ele parou em frente a minha casa e eu desci direto, subindo e me trancando no quarto.