O Plano Quase Perfeito

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"Você nunca consegue ser como seu irmão não é Lena? Continua medíocre, e nós não aceitamos mentes medíocres nessa família."

"Você já está bem crescida filha, vou te dar a oportunidade de trabalhar em um projeto da empresa."

"O que anda aprontando, irmãzinha?"

"Eu já te ensinei a ter etiqueta, a ser refinada e inteligente, aja como uma Luthor!"

"Sua mãe é dura com você, mas é para o seu bem filha."

"Sempre me derrotando no xadrez, daqui a pouco vai me superar em tudo, mas aqui vai um conselho: pare de bancar a heroína, irmãzinha."

"Você é uma Luthor, é melhor que todos eles, não esqueça disso."

Ela encarava as próprias mãos por tempo demais, tinha consciência disso, mas não conseguia evitar. Tudo voltava a sua mente em flashes, ouvia as vozes de seus pais e seu irmão em sua cabeça, indo e voltando, sua mente de repente mergulhava em um furacão de memórias.

Eles iriam voltar ao passado, voltar no tempo para quando ela tinha 16 anos, voltar para uma época onde ela tinha pouco a que se agarrar, uma época que a vida parecia sem esperança para ela.

"Eu não vou", pensou decidida.

- Eu não vou. - sussurrou em um fio de voz.

E ela realmente não iria, não precisavam dela nessa missão, ela não era necessária e não era uma das heroínas. Mais que isso, ela definitivamente não queria voltar ao seu passado.

- Lena? - ouviu a voz de Kara te chamar.

A voz vinha de longe, sua mente estava distante e ela demorou alguns segundos para retornar ao presente. Quando levantou o olhar viu que todos a encaravam.

- Você não vai? - perguntou a kryptoniana.

- É melhor não. - respondeu simplesmente.

- Mas você é essencial nessa missão Lena. - disse Brainy enfaticamente. - Apenas você sabe os detalhes do laboratório daquela sede da empresa, conhece o lugar, a cidade, a mansão, os detalhes dos eventos e como ocorreram.

- Eu posso dar todos os detalhes de que precisam. - rebateu. - Sigam as instruções, com o que eu passar vocês podem seguir sem mim.

Alex se levantou e apoiou ambas as mãos na mesa.

- Olha Lena, eu entendo seu receio, entendo não querer voltar para lá, mas realmente precisamos de você. - afirmou a Diretora. - Eu não quero ir as cegas, não vou correr o risco de causar danos a la Barry Allen e ferrar com a linha do tempo.

- Não basta apenas as informações, tem acessos a empresa e a mansão que apenas você vai poder nos dar. - concordou Kelly, que até aquele momento acompanhava a reunião em silêncio. - Você conhece aquelas pessoas, os fatos e como ocorreram naquela época, como eles agem e pensam, em qualquer imprevisto e isso vai acontecer, vamos precisar de você.

- Além disso, voltar lá não vai ser como viver com eles de novo. - Kara disse olhando diretamente para ela, e então a heroína estendeu o braço e segurou em sua mão em cima da mesa, apertando com firmeza. - Você não vai ficar lá sozinha, eu vou estar bem ao seu lado.

Lena olhou nos olhos da amiga, ali estava o amor e o carinho em forma e tamanho que nunca havia conhecido quando jovem. O seu céu resplandecente estava bem ali, nos azuis cristalinos que pareciam exergar sua alma.

Ela sentia a mão de Kara na sua, sentia o toque quente, a pele macia que enviava uma corrente elétrica para o seu corpo, e não conseguia reunir forças para afastar a mão dali, tampouco para negar qualquer coisa que Kara pedisse.

Uma Viagem no Tempo - SUPERCORPOnde histórias criam vida. Descubra agora