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DESDE QUE NASCI, minha vida sempre foi rondada de mistérios e perguntas cujas quais nunca recebi respostas decentes, visto a superproteção de minha mãe e a ausência de um pai. Eu sempre me perguntava por que as outras crianças podiam brincar sozinhas na rua, ou irem sozinhas para a escola e eu não podia. Era como se minha mãe tivesse um constante medo de que eu sumisse ou algo de ruim acontecesse comigo, eu era presa e até mesmo privada de várias coisas.
Esse era um dos motivos pelos quais eu cresci uma criança desconfiada, com medo do mundo ao meu redor, constantemente em alerta. Tais comportamentos eram comuns para mim, que era apenas uma criança, mas com o tempo fui condicionando a mim mesma a pensar de uma outra forma. Cresci para ser alguém corajosa, mas ainda, no fundo de mim, quero chamar pelo colo de minha mãe quando me sinto ameaçada, quando me sinto perdida, na esperança de que ela volte subitamente e me acolha em seus braços.
Estava em minha cama, pensativa enquanto escrevia em você, meu diário. Sei que você não vai me julgar, até porque o papel julga menos do que as pessoas costumam fazer, mas hesitei ao pressionar a caneta no papel pela primeira vez. E foi aí que eu comecei a refletir sobre mim mesma.
Nasci em New Orleans, em um inverno congelante. Minha mãe, uma bruxa chamada Grace Vatore-Mikaelson deu a luz a mim, uma menininha pequenininha, e, nas palavras dela, extremamente frágil e temperamental. Desde então, mudamo-nos para Dallas, San Antonio, mais algumas cidades dentro e fora do Texas e então para Fort West, onde eu passei a maior parte da minha vida. Acredite em mim, quando você é criança, você sofre com as mudanças. Sofre em criar vínculos. Ter que refazer todo o meu círculo de amizades era complicado, o que me fazia me fechar ainda mais. Tinha medo de perder os outros.
Mamãe nunca me contou realmente o motivo de nós nos mudarmos tantas vezes, mas mencionou ser "para nossa própria segurança", ou "a trabalho" e nunca cheguei a questionar, talvez por bobeira mesmo, mas olhando para trás, me arrependo. Mamãe nunca me escondia nada, a não ser por isso, e por, aparentemente, o fato de eu ser uma bruxa. Ela me ensinou algumas poucas coisas e disse algumas outras antes de sair por aquela porta de madeira e nunca mais voltar. Mas eu nunca soube a minha verdadeira história. Nunca soube como bruxas de verdade eram até duas semanas antes daquele fatídico dia.
Ela julgava que eu era diferente. Pensava que eu estivesse com minha "magia adormecida", até o dia em que eu acidentalmente coloquei fogo no meu tapete. Foi aí que mamãe percebeu que precisava fazer minha iniciação — que já era tardia — o mais rápido possível.
Talvez eu também nem estivesse pronta para saber tudo ainda. Acho que meus conflitos internos são maiores do que isso, e talvez eu deva focar neles.
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𝕷𝖚𝖆 𝕮𝖗𝖊𝖘𝖈𝖊𝖓𝖙𝖊 || ᴛᴀᴇɴɴɪᴇ
أدب الهواة𝙆𝙄𝙈 𝙏𝘼𝙀𝙃𝙔𝙐𝙉𝙂 x 𝙅𝙀𝙉𝙉𝙄𝙀 𝙆𝙄𝙈 ESSE LIVRO É UM TRIBUTO À CREPÚSCULO, DE STEPHENIE MEYER, PORTANTO CENAS PODEM SER SEMELHANTES ÀS DO LIVRO. ❝ Você já se viu prestes a cair nos braços de algo tão proibido e perigoso quanto morder a maç...