Capítulo - 8

42 6 0
                                    


Potter

- O time tá uma merda - reclama Cedric.

- O time não anda muito bem - reconheço.

O treino hoje foi um desastre, o que não é um bom prenúncio para o jogo de amanhã contra Yale. Estava torcendo para que a viagem até Boston nos distraísse do quão mal estamos jogando, mas faz quase uma hora que estamos sentados neste bar e, até agora, só falamos de hóquei. O jogo do Bruins que está passando nas várias televisões à nossa volta também não está ajudando em nada — ver um time bom jogar bem é só a cereja de um bolo de merda.

Olho para minha longneck vazia e aceno para a garçonete trazer outra cerveja. Vou precisar de mais umas cinco dessas se quiser sair desse humor azedo.

Diggory continua resmungando ao meu lado. - Se a gente não ajeitar a defesa, pode esquecer o Frozen Four.

- A temporada tá no começo. Não vamos jogar a toalha ainda - comenta Miler, do outro lado da mesa. Está bebendo uma Coca, porque é o motorista da vez.

- Vocês não vão parar de falar de hóquei, não?- reclama Lucas, irmão de Cedric. Ele tem vinte e cinco anos, mas, com a cara lisa e o boné do Red Sox virado para trás, parece muito mais jovem.

- O que mais tem pra falar? Este lugar só tem alpha.- Diggory atira uma bolinha de guardanapo no irmão.

Ele não está errado. Só vi duas betas no bar. Elas têm mais ou menos a nossa idade, são gostosas pra burro e estão se pegando numa mesa do canto. Noventa e cinco porcento dos Alphas aqui — incluindo eu — já lançaram olhares furtivos para as duas. Os outros cinco por cento estão ocupados se pegando.

- Tudo bem, seus manés.- Lucas solta um suspiro exagerado. -Não gostaram do lugar? Então vamos em bora.

- Pra onde?- pergunta seu irmão mais novo.

- Pra um lugar onde haja ômegas.

- Boa.

Três minutos depois, estamos entrando no carro de Miler e seguindo o Audi prata de Lucas pela cidade.

- Carrão -comento, apontando para ele.

- É alugado - me informa Diggory.

 -Ele gosta de tirar uma onda com o que não tem.

-Uau - comenta Miler, do banco do motorista.

 - Lembra alguém que você conhece?

Nosso colega levanta o dedo do meio. - Cara. Tiro mais onda que você, seu bunda-mole. Você nem pegou ninguém no seu aniversário, essa semana.

- Não estava querendo pegar ninguém. Vai por mim, se estivesse, você nem teria me visto aquela noite.

-A gente quase nem te viu! Você voltou mais cedo pra casa, pra jogar vídeo game!

- Pra fazer uma demo do jogo que eu desenvolvi - corrige o outro. -Não vejo você fazendo nada de produtivo com o seu tempo.

-Na verdade, meu pau foi muito produtivo, tá legal?

Escondo um sorriso. Sempre me espanto com o fato de esses dois serem amigos tão próximos. Diggory é um sujeito barulhento que só pensa numa coisa — ômegas —, já Miler é sério e intenso, e também só pensa numa coisa — vídeo game. Ou talvez duas coisas, considerando o quanto gosta de se tatuar. De alguma forma, a amizade funciona, embora pareça funcionar principalmente à base de provocações e dedos médios.

Entramos num estacionamento de cascalho e paramos na vaga ao lado de Lucas. O Audi não parece fora de lugar, comparado aos outros carros, mas não combina nem um pouco com o bar. No alto do prédio despretensioso, brilha um letreiro de néon com as palavras "Boots & Chutes", logo abaixo de uma menina seminua montando um touro.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 02 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

A Conquista - Adaptação/ MPREGOnde histórias criam vida. Descubra agora